ISSN 2359-5191

07/05/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 9 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Geociências
Descoberto novo mineral no sul de São Paulo
O mineral "atencioíta" foi descoberto pelo pesquisador russo Nikita Chukanov (Foto: Museu IGc)

Descrever e caracterizar novos minerais, esse é o trabalho feito pelo professor do Instituto de Geociências, Daniel Atencio. Responsável pela descoberta de 29 novos minerais na última década, o professor foi recentemente homenageado pelo maior mineralogista do mundo, o russo Nikita Chukanov, que deu seu nome a um mineral descoberto no Brasil, chamando-o de “atencioíta”. 

Atualmente o professor possui diversas pesquisas em andamento, entre elas um novo mineral já em via de ser publicado, a pauloabibita.  “É um mineral com uma fórmula muito simples, NaNbO3. Dei o nome em homenagem a um engenheiro, Paulo Abib Andery, que trabalhou em Cajati (local onde foi descoberto o mineral) e  inventou novas formas de manusear e tratar minérios”, explicou o professor.

O novo mineral "pauloabibita" (Foto: Arquivo Daniel Atencio)

Segundo o professor, o método de estudo de novos minerais é bastante trabalhoso e requer repetidas análises. Primeiro é preciso moer uma pequena quantidade do mineral para fazer a análise óptica no microscópio. Em seguida ainda são realizadas análises químicas e cristalográficas e a partir disso é possível descobrir como é o material e qual sua estrutura.

Ainda precisa-se levar em conta que algumas rochas são muito mais enriquecidas em minerais raros do que outras, como por exemplo, as rochas alcalinas. “Também depende do processo de formação da rocha. Além disso, certos minerais raros também podem ser encontrados em outras partes do mundo. É um trabalho de detetive, você não estuda sozinho um mineral, é preciso ver o que tem de parecido no mundo”. 

Para Atencio, atualmente no Brasil são poucas as pessoas interessadas em estudar minerais ao contrário de outros países onde a área é valorizada. “No Brasil existem aproximadamente dez pessoas estudando rochas com detalhes. Já na Itália, são quase duzentas pessoas dedicadas a esse tipo de estudo”, disse o professor. Ainda assim, a situação mudou bastante nos últimos anos. O primeiro mineral descoberto no Brasil, crisoberilo, foi na época colonial em 1789, e de lá até os anos 2000  pouco avanço foi feito, sendo que entre 1906 e 1945 absolutamente nenhum mineral foi descoberto em nosso território. Segundo Atencio, ainda hoje existe pouco incentivo para que sejam feitas pesquisas de novos minerais no Brasil. “Os alunos querem fazer coisas grandiosas, trabalhar com petróleo, fazer grandes mapeamentos. Infelizmente a mineralogia é uma área pouco divulgada no Brasil”, completou. 


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