ISSN 2359-5191

19/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 08 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
A insistência que abre portas ao fotógrafo

São Paulo (AUN - USP) - José Luís da Conceição, fotógrafo do Estado de São Paulo, veio discorrer sobre jornalismo fotográfico no lugar de seu colega Juca Varella. “Ele não pode vir, mandou um ‘estepe’”, brincou. Ele contou sua história – como conseguiu seu lugar depois de muita insistência junto aos patrões – e mostrou seu portfólio.

Fotografias são registros da história das pessoas, disse José. Quem não dá valor à própria história não pode dar valor à dos outros. Depois que o filme da colação de grau da sua turma de oitava série queimou, ele decidiu ser fotógrafo e cursou, por três meses, fotografia no Senac. José era auxiliar de escritório na Folha de São Paulo e conseguiu um espaço para trabalhar de graça no laboratório fotográfico do jornal. Saiu então, na Folha, um anúncio de vaga para repórter fotográfico e ele mandou seu primeiro portfólio: “fotos de bêbados em casamentos”. Mesmo que o anúncio tenha sido apenas para intimidar os fotógrafos que pediram aumento e mesmo que tenha recebido um “não” “que ultrapassava o envelope”, José todo dia por três meses seguidos pedia a Boris Casoy, na época editor-chefe do jornal, que o contratasse, até que conseguiu uma vaga de free-lancer nos finais de semana.

Perdeu essa vaga com a mudança da diretoria. Resolveu então apelar para os donos do jornal, com a mesma insistência que tivera com Boris. Seu desempenho no departamento que trabalhava piorava. Largou o jornal e foi operar telex no Bradesco, mas não agüentou. Correu de volta ao jornal e deixou um bilhete para o Otávio pedindo que escrevesse uma carta de apresentação para ele. Continuou no banco, e três semanas depois recebia um chamado de Otávio. Meio sem acreditar, voltou ao prédio da Folha e naquele mesmo dia, 1 de abril de 1985, começava a trabalhar no Notícias Populares. Depois disso, passou por O Globo e hoje está no Estado.

Com sua grande experiência, José concluiu que o repórter fotográfico é uma peça importante na equipe. Nas suas empreitadas impensadas atrás das imagens, ele acaba vendo coisas que o repórter mesmo não vê. Para ele, as experiências adversas dos jornalistas é que deixam o mundo melhor na medida que os tornam seres humanos melhores. No portfólio, que impressiona com as fotos da época do Notícias Populares – “centrado nos pilares ‘mulher, polícia e futebol’” – não se apega às visões filosóficas e conceituas dos seus cliques: “Eu achei que ia ficar legal e pus”, comenta.

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