ISSN 2359-5191

19/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 08 - Saúde - Instituto de Química
Canais das mitocôndrias podem auxiliar casos de infarto

São Paulo (AUN - USP) - Estudos feitos no Laboratório de Mitocôndrias e Morte Celular do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) revelam novos métodos de evitar a morte celular em situações de isquemia. Canais encontrados em mitocôndrias, estruturas responsáveis pela respiração celular, podem evitar danos letais às células em momentos de deficiência da circulação sangüínea em determinada parte do corpo, como, por exemplo, em um infarto.

As mitocôndrias são responsáveis pelo consumo de oxigênio (O2) e pela produção de ATP (energia). No momento de isquemia, essas organelas acabam sofrendo uma disfunção pela falta de nutrientes, que compromete suas funções, tornando-as mais lentas.

Espécies reativas de oxigênio (EROs) são substâncias extremamente nocivas, produzidas na mitocôndria, que têm sua produção aumentada nos momentos de respiração celular mais lenta. É nesse cenário que entra o mitoKATP – canal de potássio da mitocôndria, pois ele previne a lentificação da respiração e produção de EROs.

A equipe chefiada pela professora Alicia Kowaltowski estuda meios de controlar a abertura desse canal para evitar danos provocados por situações como essa. “Estamos nos aprofundando em como regular sua abertura, e os efeitos desta abertura que são benéficos durante a isquemia”, diz a pesquisadora do IQ.

Os estudos do grupo do Laboratório de Mitocôndrias e Morte Celular já evidenciaram alguns métodos e efeitos da abertura do canal. Uma substância, o diazóxido, é um fármaco já usado clinicamente para outros fins capaz de promover a abertura do mitoKATP em corações de animais experimentais e seres humanos. Isso pode auxiliar am casos de infarto e em transplantes, processos que correm o risco de falta ou má oxigenação.

No caso de pessoas de risco – que já enfartaram ou têm propensão – o resultado não é de caráter preventivo. “O canal só age durante algumas horas”, explica Alicia. “Sua abertura diminui a área do enfarto pela metade”, complementa. O interesse do grupo é agora entender os efeitos benéficos deste canal para prolongar sua atividade e aumentar a utilidade no tratamento e prevenção de infartos.

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