ISSN 2359-5191

02/09/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 50 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Laboratório desenvolve medicamento para aftas na forma de membrana
Produto passa pelos primeiros testes, que demonstram seu potencial como alternativa aos tratamentos disponíveis no mercado
Gosto ruim, textura arenosa e pouca aderência são falhas dos tratamentos atuais para aftas. Imagem: YesOdonto

Uma membrana capaz de aderir à mucosa bucal vem sendo desenvolvida em um dos laboratórios da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP). Composta por polímeros naturais, ela é extremamente fina e, segundo os testes já realizados, só precisa ser substituída após oito horas, sendo capaz de liberar o medicamento incorporado a ela de forma constante por todo o período.

Utilizando como princípio ativo a triancinolona acetonida, que auxilia no combate a aftas, o produto tem se mostrado como alternativa aos remédios destinados a tratar essas lesões na cavidade bucal. Algumas das formulações atuais em pomadas ou cremes causam desconforto ao usuário por possuírem textura arenosa e gosto ruim, e em geral, os remédios precisam ser constantemente reaplicados, saindo com muita facilidade do local lesionado. Já a membrana conseguiria se manter fixa e promover maior conforto, com espessura pouco perceptível.

A pectina e a goma gelana são os polímeros naturais utilizados no projeto. Pesquisas anteriores conseguiram desenvolver um produto similar com outra substância, a quitosana. No entanto, ela se dissolve em ácido, do qual pode restar resquício posterior, enquanto para produzir uma solução de pectina e goma gelana só é preciso utilizar água.

As primeiras avaliações da membrana tem se mostrado promissoras, afirmam Felipe Fernandes, autor da pesquisa, e Humberto Ferraz, professor que coordena o Deinfar (Desenvolvimento e Inovação Farmacotécnica), laboratório onde tem se desenvolvido o estudo. Entre duas das etapas restantes estão a avaliação da resistência do produto à ruptura, e uma medição que comprove sua mucoadesividade. Um dos objetivos futuros é expandir o uso da membrana para além da aplicação tópica de medicamentos, partindo da absorção da mucosa para atingir o organismo como um todo.

Diferente de outras iniciativas da universidade, o Deinfar é um laboratório criado para interagir com a indústria farmacêutica, e realiza um trabalho híbrido, no qual presta consultoria e desenvolve pesquisas em conjunto com empresas privadas. Eventuais trabalhos levam ao registro de patentes. Em 2004, por exemplo, foi lançado o Vonau Flash, medicamento indicado para o controle de náuseas e vômitos, cuja tecnologia foi desenvolvida e patenteada pelo laboratório em parceria com a Biolab Sanus Farmacêutica. Futuramente, o trabalho de Felipe também pode vir a ser desenvolvido através de parcerias com empresas externas.

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