ISSN 2359-5191

12/09/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 58 - Meio Ambiente - Instituto de Química
Pesquisa revela dano genético nas células de pulmão humano causado por queimadas
Estudo evidencia lesões causadas pela queima de biomassa na região amazônica
Floresta Amazônica. Foto: Cecilia Bastos/Jornal da USP

Uma pesquisa conduzida pela doutoranda Nilmara Alves, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), acompanhou as emissões originadas nos desmatamentos da Amazônia e demonstrou danos genéticos em células vegetais e, também, células pulmonares humanas.

Durante a pesquisa foi monitorado o material extraído da queima de biomassa em locais e épocas diferentes e se constatou a presença de elementos com conhecidas propriedades mutagênicos e carcinogênicos como n-alcanos e o benzo(a)pireno.  O estudo apresenta pioneirismo ao utilizar, na Amazônia, células dos alvéolos pulmonares humanas (in vitro) na análise e demonstração dos efeitos tóxicos das partículas provenientes da queima de biomassa através de marcadores de DNA. Também foi analisado o efeito das partículas inaláveis em células da planta Tradescantia pallida, conhecida como “coração-roxo”, amplamente utilizado como bioindicador na avaliação de riscos à saúde humana.

O desmatamento na Amazônia é um assunto que frequentemente entra em pauta nos grandes veículos de comunicação. O Arco do desmatamento na Amazônia Legal, local em que a fronteira agrícola avança em direção à floresta e que apresenta elevados índices de desmatamento, cada dia mais se alastra. Nos períodos de seca, a situação se torna ainda mais grave, pois é quando ocorrem mais intensamente as queimadas.

Os resultados mostram intensa influência antropogênica e biogênica no período de queimas de biomassa intensa. Também foi encontrado abundantemente o elemento reteno, além de danos genéticos severos em células tanto de origem vegetal como as de origem pulmonares humanas. Nas células alveolares os danos eram passados de uma célula mãe para as filhas pela formação de micronúcleos dentro das mesmas, evidenciando o dano genético.

A pesquisa ainda teve a colaboração de diversas entidades, entre elas a pesquisadora Sandra Hacon, da Fundação Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro, a professora Pérola do Instituto de Química da USP e o professor Paulo Artaxo, também da USP. O estudo prossegue e a equipe ainda pretende estudar os mecanismos de ação destas partículas nocivas com as células, além de avaliar o impacto dessa via de exposição à saúde humana.

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