O professor Henrique Eise Toma e sua equipe desenvolveu, no Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia (LQSN) do Instituto de Química da USP, uma tecnologia capaz de amplificar o potencial brasileiro na prática da mineração. Com o uso de nanopartículas, tão pequenas que não podem ser visto sem auxílio de instrumentos ópticos, se pode obter os metais de uma forma mais direta e rápida.
As nanopartículas em questão são magnetizadas e tratadas de modo a conseguirem interagir com os elementos metálicos de forma efetiva e limpa. Elas acoplam-se à partícula do metal a ser extraído do minério bruto, ao se aproximarem de um campo eletromagnético, são atraídas e, junto com elas, o elemento desejado. Com as partículas aglutinadas em um local reduzido, pode-se aplicar uma corrente elétrica e, por esse processo, obter o metal puro. As nanopartículas se soltam do metal puro formado e voltam para a solução aquosa original, podendo ser reutilizadas em um processo semelhante novamente.
O Brasil possui uma imensa riqueza mineral em seu solo. Não somente metais mais comuns como o ferro e o alumínio, mas, também, minerais considerados de alto valor e estratégicos, como o nióbio. Com a exploração desses recursos o país consegue uma grande exportação de commodities e impulsionar a economia nacional. Porém, muitos dos minerais aqui produzidos são vendidos em estado bruto e depois são comprados com valor agregado acumulado.
Nanopartículas de magnetita. Foto:Marcos Santos/USP imagens
A nova técnica é bastante promissora economicamente já que aproximadamente 65% dos elementos químicos conhecidos são classificados como metais. Assim, os elementos extraídos nos processos de mineração poderiam ter o seu valor final amplamente elevado através da agregação de valor do material bruto ao material puro. As nanopartículas ainda apresentam outras possíveis aplicações que vão desde o uso na extração de petróleo até o uso delas para a limpeza de águas poluídas, como a do rio Pinheiros.