ISSN 2359-5191

16/09/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 60 - Meio Ambiente - Instituto de Química
São Paulo, além de produzir, importa poluição do interior
Pesquisa aponta que capital paulistana também recebe poluição de outras regiões do Estado
Marginal Tietê - foto: Arthur Aleixo

Quem mora em São Paulo já sabe e até está acostumado com o fato de que a cidade é uma gigantesca produtora de poluição. E agora, além de toda essa massa de substâncias poluentes que estão presentes neste ar urbanizado, foi comprovado de que a capital paulista também recebe a poluição gerada no Interior do Estado. A pesquisa desenvolvida no Laboratório do Grupo de Estudos em Química Atmosférica (GEQAt) do Instituto de Química da USP e dirigida pela professora Pérola de Castro Vasconcellos mostra que elementos químicos provenientes da queima de biomassa (florestas, plantações, etc) podem ser transportados por grandes massas de ar até chegarem a São Paulo.

Os dados foram obtidos através de marcadores químicos específicos que identificam espécies químicas características da queima de biomassa. São elementos como o reteno, levoglucosano, entre outros, não podem ser gerados na queima de combustíveis fósseis ou nos processos desenvolvidos por grandes fábricas e, assim, são identificados como marcadores biológicos de eventos como as queimadas.

Também foram achadas espécies químicas que comprovam que ela também pode receber massas de ar limpo provenientes do oceano, ou seja, da mesma forma que a capital recebe massas de ar advindas do interior, também foram achadas espécies químicas que comprovam que ela também pode receber massas de ar limpo provenientes do oceano. Porém, o que prevalece nessa mistura atmosférica ainda são os poluentes. Além disso, também foram monitoradas as correntes de ar que chegam a cidade de São Paulo.

O que acontece é que durante o período de queima de cana-de-açúcar grandes quantidades de poluentes são gerados no interior do estado. A poluição atmosférica formada por esse fenômeno muitas vezes passa de modo amenizado na visão de grande parte da população, porém essa poluição também possui diversos elementos e compostos nocivos a saúde humana, que podem causar danos genéticos às nossas células e, nos casos mais extremos, até câncer. Essas massas provenientes do interior são então transportadas por correntes de ar e podem chegar até a capital onde se acumulam com os outros tantos poluentes já presentes no local. Ainda que diluídas os poluentes trazem ainda mais riscos à saúde da população e colabora com a queda da qualidade de vida.

O período em que ocorrem as queimadas corresponde aos meses de maio a novembro, ou seja, coincide com a época de tempo seco e frio. Dessa forma a contribuição negativa desse tipo de poluente na qualidade do ar paulistano pode ser ainda mais grave dada a dificuldade de dispersão e de chuvas que são comuns à essa estação.

Assim, se já não bastava ao paulistano conviver com a consciência da própria poluição gerada pelos automóveis e pela indústria na própria cidade, chega agora ao conhecimento de que, além disso, a cidade importa a poluição do interior, onde o ar seria considerado mais puro.

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