ISSN 2359-5191

18/08/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 15 - Sociedade - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Pequena participação política das mulheres será discutida em mesa-redonda
O evento, organizado pelo Núcleo de Estudos da Mulher e Relações de Gênero e pelo Departamento de Sociologia, terá a participação da deputada federal Luiza Erundina

São Paulo (AUN - USP) - Avançar no conhecimento para superar a ausência das mulheres na política. Essa é a proposta do evento que acontecerá no próximo dia 29 em comemoração aos 20 anos do Nemge – Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero. Fundado em 1985 por um grupo de pesquisadoras e docentes da Universidade de São Paulo, o Núcleo tem como objetivos principais estudar a condição feminina, com enfoque nos problemas e na realidade brasileira e intervir nas políticas públicas para propiciar, às mulheres, igualdade de oportunidades em relação aos homens. E é dentro dessa última perspectiva que o evento foi programado.

Para comemorar esses 20 anos de atuação, o Nemge e o Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo organizaram uma mesa-redonda a fim de discutir o tema “Mulheres e Homens na Política: velhos e novos desafios”. O debate está programado para o dia 29 de agosto, a partir das 14h30, na sala 14 do prédio de Ciências Sociais da FFLCH-USP. A exposição será feita por Eva Alterman Blay, professora titular do Departamento de Sociologia e coordenadora científica do Nemge. As expositoras serão Lúcia Merces Avelar e Fátima Pacheco Jordão. Ambas trabalham no campo da análise política. Lúcia é pesquisadora da Unicamp e da Unb e Fátima faz parte do Instituto Patrícia Galvão de Comunicação e Mídia. Além dessas duas participantes, o evento contará com a presença da deputada federal Luiza Erundina, que também discutirá o tema.

A professora Eva Alterman Blay, que está organizando o evento juntamente com Tânia Sueli Brabo, da Unesp, estuda a mulher e as relações de gênero desde a década de 60. Esse foi o objeto de estudo da sua dissertação de mestrado e da sua tese de doutorado. Ela afirma que sempre se interessou pela participação das mulheres nos sindicatos e nos movimentos sociais. Além de ter um livro publicado sobre isso (“Mulheres Perfeitas”, da Editora Avenir), a professora já orientou diversas teses de doutorado sobre o tema e também possui artigos publicados no exterior, os quais refletem essa questão. Em suas pesquisas, Eva, analisando o desempenho das administrações de homens e de mulheres, concluiu que as últimas preocupam-se mais com a qualidade de vida das pessoas, principalmente das crianças.

Segundo Eva, o tema escolhido para ser discutido foi a participação das mulheres na política porque ainda é notória a pequena presença das mulheres em cargos eletivos e até mesmo em outros cargos do executivo. Para ela, o panorama não mudou muito em relação ao passado: “As mulheres não foram socializadas para lutar por cargos políticos, nem por cargos de chefia em outros setores”, afirma. Além desse obstáculo, um outro problema apontado por Eva é que, para se candidatar e concorrer nas eleições, há a necessidade de possuir recursos financeiros e muitos contatos, então isso também dificulta uma presença política mais ativa por parte das mulheres. Nesse sentido, “a discussão procurará aprofundar os obstáculos e as formas de superar essa lacuna em pleno século XXI”, finaliza a socióloga.

O evento é gratuito e aberto a todos, sem a necessidade de inscrição prévia. O endereço do prédio das Ciências Sociais, onde acontecerá a mesa-redonda, é: Avenida Professor Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária, São Paulo.

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