A partir da experiência que teve com o projeto Clube de Matemática na Faculdade de Educação da USP, o pesquisador Wellington Lima Cedro colocou em cheque o modelo de ensino vigente nas escolas do Brasil. Segundo ele, este modelo não consegue despertar o interesse dos alunos, o que acaba gerando pouco impacto na formação deles.
A principal motivação do pesquisador foi a insatisfação em relação ao modelo educacional vigente, que segundo ele “tem encontrado dificuldades para conseguir atender às expectativas da sociedade moderna”. Wellington explica que estamos numa época que se exige que os indivíduos não só tenham preparo para exercer tarefas específicas, mas também participar do processo de transformação e de inovação da sociedade.
Ao pensar nesse panorama, ele afirma que o atual modelo não mobiliza os alunos porque há um descompasso entre o aprendizado dentro e fora da escola. Os conhecimentos transmitidos nas escolas acabam por não se mostrar relevante aos alunos, que perdem interesse neles.
Para conseguir investigar o que, portanto, constitui um espaço de aprendizagem efetivo, o pesquisador resolveu elaborar, organizar e analisar um conjunto de atividades direcionadas para o ensino das equações de primeiro grau no Clube de Matemática.
O Clube de Matemática é um projeto direcionado para alunos da graduação de pedagogia, de licenciatura em matemática e física e de pós-graduação em ensino de ciências e matemática, desenvolvido na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
De acordo com Wellington, “a iniciativa da formação do Clube de Matemática pode ser entendida como uma busca para a criação de ambientes propícios para a aprendizagem”. Ele comenta sobre o objetivo do projeto: “É o estabelecimento de um espaço de discussão e reflexão sobre o ensino e a aprendizagem de matemática”.
O projeto desenvolve atividades sobre as quais Wellington discorre: “Os estagiários têm a oportunidade de vivenciar as ações relacionadas à atividade de um professor, enquanto que as crianças podem aprender os conceitos matemáticos de uma forma significativa”.
O pesquisador também comentou sobre as dificuldades enfrentadas: “A maior dificuldade que enfrentei nessa investigação foi a elaboração das atividades”. E completa: “Constatamos que algumas atividades não possibilitaram aos alunos a apropriação adequada do conteúdo abordado”.
Mesmo assim, Wellington considera que a pesquisa teve resultados satisfatórios, afirmando que foi possível realizar a caracterização de um espaço de aprendizagem efetivo, tanto para educadores como para educandos, e que também foi possível pensar na organização desses espaços: “[Houve a] constatação de que a organização destes espaços deve ser pautada pela criação de três contextos: um contexto da crítica, um contexto da descoberta e um contexto de prática social."