São Paulo (AUN - USP) - As exportações brasileiras batem recordes, mesmo com o câmbio desfavorável. Os resultados, no entanto, poderiam ser melhores, caso os produtos brasileiros estivessem de acordo com as normas de importantes mercados internacionais. Esse é o foco do Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex), que promove a adequação técnica de produtos e contribui para inserção de mercadorias nacionais com maior valor agregado em centenas de países.
No dia 6 de outubro ocorreu seminário Barreiras e Exigências Técnicas para Exportar, promovido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. O encontro lançou um site do Progex que oferece informações atualizadas sobre exigências técnicas internacionais.
Com a eliminação gradativa de barreiras tarifárias, os atuais empecilhos para o comércio exterior passam a ser normas técnicas e regulamentos. Essas são exigências de cada país relativas a qualidade, custo, embalagem, design e certificação. Os mercados internacionais adotam essas barreiras comerciais com a desculpa de proteger o consumidor, por isso a norma técnica cobra uma certa adaptação do processo de produção.
Segundo João Carlos Meirelles, secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, a freqüente adequação dos produtos cria uma cultura exportadora em toda a cadeia produtiva e não só no produto final. O mercado interno acaba também influenciado, pois se a mercadoria não se adeqüa, o consumidor passa a comprar produtos importados que contenham essas exigências.
As barreiras técnicas podem ser vistas também como uma oportunidade tecnológica, já que ao vencer as dificuldades iniciais, a empresa terá alcançado novos patamares de sofisticação. Durante o processo de adequação são gerados outros benefícios, pois além de abrir mercados mais exigentes como o Estados Unidos e a Europa, aumenta-se o fluxo financeiro da empresa e criam-se automaticamente novas vagas no mercado de trabalho.
O governo já percebeu que precisa investir nas exportações para equilibrar a sua balança comercial e ter conseqüentemente uma economia favorável. O Progex é uma das diversas iniciativas nesse sentido e está diretamente vinculado ao IPT. Por causa disso a maior parte do custo para adequação às normas técnicas é feita através de fomentos do governo. A empresa fica apenas com uma pequena parcela do valor total.
O site do Progex que foi lançado no início do mês tem como objetivo colocar conhecimento adequado acessível às empresas de pequeno porte. Para Dyogo Henrique de Oliveira, supervisor do IPT, o Brasil tem uma realidade muito fracionária e existem diversos segmentos na área de exigência técnica tanto no mundo como no próprio governo brasileiro. O site ajuda a pequena empresa a achar num lugar de fácil acesso quais são as exigências para exportar. “ É aproveitar a experiência que estava guardada num formulário no IPT e colocá-la num banco de dados, tornando-na acessível por um sistema de buscas”, ele acrescenta.
Atualmente o site apresenta 70 produtos-modelo no ar, mas até o dia 22 serão aproximadamente 150. O endereço eletrônico é http://www.exigenciastecnicas.ipt.br.É necessário cadastro para acessar o site, mas o procedimento é simples: basta fazer o login e a senha.