ISSN 2359-5191

25/02/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 11 - Educação - Faculdade de Educação
Estudo revela novas estratégias para o ensino de história através de narrativas
Para que o conhecimento faça sentido aos alunos, é preciso um diálogo intra e extra-escolar, o que pode ser proporcionado pelo uso de narrativas
Narrativas despertam interesse de alunos

Ainda é comum nas aulas de história a apresentação de conteúdos e explicações lineares e simplificadoras. Ao se deparar com essa realidade, a educadora Daniela Molina passou a questioná-la: “Fui percebendo a necessidade de repensar a educação e o modelo de escola que ainda persiste diante das enormes e rápidas transformações da sociedade”.

Em sua pesquisa, Daniela aproxima a ideia de narrativa ao ensino de história. Ela explica: “Busco compreender em que medida o saber narrativo permite construir uma visão integradora da totalidade histórica, ao recolocar o elemento humano, a multiplicidade de caminhos, a diversidade e as contradições existentes em todos os fenômenos”.

A narrativa permite que isso seja alcançado na medida em que ela faz com que os indivíduos se sintam parte da cultura: “Por tratar-se de um conhecimento construído a partir das experiências vividas, o saber narrativo permite que os sujeitos se reconheçam e que também reconheçam que fazem parte de uma cultura.”

De acordo com ela, existe a necessidade de compreender o ensino da história a partir de uma visão que possa apontar caminhos na superação de explicações simplificadoras: “[Busquei] pensar em estratégias de ensino que pudessem estar em consonância com uma visão complexa de sociedade e que buscasse, sobretudo, a aproximação da escola com o mundo exterior”.

Para realizar essa pesquisa, Daniela, além de abordar aspectos teóricos, estudou o filme Narradores de Javé (2003). O enredo do filme se passa em torno da cidade de Javé, que será alagada devido à construção de uma represa. Os moradores descobrem que a cidade poderia ser preservada se tivesse um patrimônio histórico a ser preservado. A partir disso, decidem escrever a história da cidade.

A justificativa dessa escolha é explicada pela pesquisadora: “Por tratar-se de um filme que valoriza a dimensão subjetiva no processo de construção da história e que mostra que existem várias maneiras de contá-la. Além disso, o filme coloca em discussão questões como a veracidade do conhecimento histórico, o valor da ciência e o papel do narrador no mundo contemporâneo, e por isso, escolhi utilizá-lo como um exercício de reflexão sobre a importância do saber narrativo.”

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br