ISSN 2359-5191

15/04/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 21 - Saúde - Instituto de Química
Testes relacionam proteína com disseminação do câncer de mama
Pesquisas com proteína CIP4 revelam seu potencial na formação de metástases em casos da doença
Pesquisas apontam proteína CIP4 como responsável pela disseminação de metástases.

A proteína CIP4, encontrada em células da mama com câncer, quando é silenciada, reduz significativamente o potencial de formação de metástases, que são responsáveis pela maior periculosidade da doença, de acordo com uma pesquisa feita por Otto Cerqueira, pesquisador do NUCEL, em sua trabalho de pós-doutorado.

O CIP4 é encontrado nas membranas de uma estrutura celular denominada invadopodia, responsável pela invasão de outras células e, por consequente, pela disseminação do câncer. “Se o CIP4 estiver alto nestes tipos de câncer, se pressupõe que as células estão aptas para invadir”, analisa Otto. Com maior potencial de proliferação, aumenta o risco de ocorrerem metástases, que são a instalação de tumores em outras partes do corpo, distantes de seu local de origem.

“A partir do momento que é formado uma massa de tumor primário, ela começa a se dividir e proliferar. O câncer, em uma etapa futura, forma lesões que vão começar a escapar do tumor primário. Na primeira etapa, elas vão invadir a própria mama, o tecido adjacente ao tumor. Depois disso, estas células caem na circulação sanguínea e vão gerar metástases, por exemplo, para pulmão, fígado, ossos e cérebro. Elas podem, teoricamente, se formar em qualquer lugar, mas costumam ir para alguns lugares específicos”, explica Otto.

Estudos comparativos realizados em camundongos demonstraram que, ao comparar os animais que apresentavam células de câncer de mama com o CIP4 silenciado com outras comuns, a geração de metástases caiu pela metade. Algumas pesquisas realizadas in vitro apontaram também que as células com menor concentração da proteína também demoravam mais tempo para migrarem e invadirem as demais células.

Próximas pesquisas com o CIP4

Apesar de o CIP4 poder se tornar um novo alvo terapêutico para o futuro, ainda faltam outras pesquisas até a utilização da descoberta em medicamentos para a população. “Nesse caso é uma pesquisa para se entender o funcionamento do CIP4. Para o paciente, ainda tem muito chão pela frente”, observa Otto. Além de provocar as metástases, a proteína também está relacionada com a função de locomoção e de regulação da célula.

Mesmo com a redução do CIP4, ainda seria necessário o tratamento do tumor cancerígeno, que continuaria alojado na paciente, porém concentrado apenas no local de origem. Com isso, as chances de cura aumentariam, uma vez que o recurso terapêutico seria utilizado em uma área específica do corpo da pessoa, se tornando mais simples e eficaz. “O maior problema do câncer de mama é justamente a sua disseminação”.

O diagnóstico precoce da doença ainda é o melhor tratamento para a mesma. “Se a mama for retirada e ainda estiver na fase inicial, no tumor primário, o câncer foi praticamente curado. A mulher não vai ter um prejuízo biológico como, por exemplo, se retirasse um rim ou um fígado. Só se ela for amamentar. Agora, depois que estas células geraram metástases e invadiram outros tecidos, o problema já é sistêmico.” Por isso mesmo, não deixe de visitar o médico regularmente.

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