ISSN 2359-5191

15/11/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 20 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Química
Pesquisadora estuda tratamento diferenciado de combate ao câncer

São Paulo (AUN - USP) - A bioinorgânica é a área que estuda a ação de elementos inorgânicos em meio a sistemas biológicos. Nesse campo, por exemplo, cabem as pesquisas sobre moléculas inorgânicas como água e oxigênio, por exemplo, e suas reatividades com o organismo humano. É dentro desse ramo que a professora Ana Maria Costa Ferreira realiza seus estudos para obter medicamentos de combate ao câncer e também métodos mais eficientes para minimizar a poluição.

Seu objeto de estudo são os modelos de metaloproteínas que têm como sítio ativo os metais de transição. Entre outras palavras, a pesquisadora trabalha com estruturas simplificadas de proteínas vivas mais complexas. Os sítios ativos são os elementos capazes de provocar a reação entre um elemento e outro. No caso da pesquisa de Ana Maria, os sítios ativos são os metais de transição, especialmente ferro e o cobre.

Os modelos de metaloproteínas se revelaram compostos aptos a induzir células até a apoptose. As células morrem depois de passar por algumas etapas ocasionadas por fatores internos ou externos (apoptose). Em testes realizados in vitro, houve uma resposta positiva dos modelos de metaloproteínas como causas externas para indução de células cancerosas à morte. O próximo passo nesse combate ao câncer é buscar a compreensão melhor dos mecanismos causadores da apoptose e depois saber adaptá-los ao funcionamento específico no corpo humano. “Ainda não estamos usando os ratinhos, mas esse pode ser logo a próxima etapa”, explica a professora.

Outro benefício que pode surgir através das pesquisas é um método mais eficaz para tratamento da poluição. As metaloproteínas também servem como catalisadores de oxidases, as reações de substratos com o oxigênio. Segundo a docente do Instituto de Química, a maioria dos estudos trabalha com substratos como alimentos e substâncias diretamente relacionadas ao organismo vivo. No entanto, o substrato também pode ser um poluente. Nessas condições, o poluente passa por uma reação dentro de um tempo bem menor e se transforma numa molécula menos danosa ao meio. “O ideal seria que o poluente fosse reduzido a água e gás carbônico, elementos não nocivos, mas se pudermos amenizar os efeitos negativos já é um avanço” completa a professora.

Conselho Regional de Química

Além das pesquisas realizadas no IQ, a professora assumiu recentemente o cargo de Conselheira no IV Conselho Regional de Química. Entre as funções da entidade, cabe a regulamentação e fiscalização dos profissionais, como uma “espécie de OAB dos profissionais de química”, compara Ana Maria. A docente é também a primeira mulher a participar como um membro do conselho. Segundo ela, a importância está em garantira representatividade das pesquisadoras, mesmo que não considere o meio conservador ou machista.

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