ISSN 2359-5191

12/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 02 - Meio Ambiente - Instituto de Química
Escola de Verão e novo laboratório incentivam a Química Verde na USP

São Paulo (AUN - USP) - A Escola de Verão em Química Verde, ocorrida durante o mês de janeiro, na Universidade de São Paulo, mostrou como essa área de pesquisa é ampla e como os estudantes de todo o país estão interessados nela. Oitocentos alunos das cinco regiões inscreveram-se, com o intuito de ocupar uma das 36 vagas.

O coordenador do projeto, professor Reinaldo Camino Bazito, diz esperar uma procura ainda maior no próximo ano e anseia, no futuro, poder fazer da escola um meio de reunir também pesquisadores e estudiosos na área, já que no país ainda não existem congressos ou reuniões específicas em Química Verde.

Além disso, na segunda quinzena de março foi inaugurado no Instituto de Química o laboratório de química ambiental, que se dedicará às pesquisas na área de Química Verde, de tratamento de efluentes e de análise de poluentes. A construção do laboratório foi viabilizada por diversas fontes de financiamento, dentre elas o próprio instituto – que entrou com parte dos recursos para infra-estrutura, com a reforma física do espaço –, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) – que investiu no projeto de jovens pesquisadores – e a Petrobrás, a provedora da maior parte dos recursos de capital.

A estatal tem interesse no financiamento porque o laboratório permitirá o avanço dos estudos nos quais tem parceria com a universidade, como, por exemplo, o da busca de metodologias para otimizar o refino do petróleo, desenvolvidas junto à Escola Politécnica. Segundo o professor, “como todo laboratório de universidade, ele é multidisciplinar”.

A Química Verde deu seus primeiros passos no Brasil há pouco tempo. Internacionalmente, o termo cunhado pelo americano Paul Anastas existe desde a década de 90. Aqui, mais da metade de sua aplicação (56%) dá-se no setor industrial. Com uma porcentagem bem menor podemos encontrar também o setor farmacêutico (11%), o de fertilizantes (9%) e o de cosméticos (7%) aproveitando-se desse ramo da ciência ambiental.

O professor Reinaldo explica que a prática desse tipo de química precede seu próprio nome. O desejo de obtenção de meios de prevenção da formação de dejetos, da minimização do uso de energia e da otimização de processos foi despertado desde que as previsões para o futuro ambiental do planeta mostraram-se desastrosas e a legislação ambiental passou a ser bem mais rigorosa com as empresas; o que acontece é que essas ações simplesmente não haviam sido agrupadas sob o mesmo nome.

A Química Verde não foca seus esforços na remediação ou na prevenção de poluentes dispersos ou confinados, mas busca agir sobre os poluentes ainda não existentes. Ela cria, por exemplo, solventes à base de açúcar para substituir aqueles tradicionalmente adotados, cuja matéria-prima é o petróleo. Esses solventes (responsáveis, muitas vezes, pelo cheiro ativo nos materiais de limpeza doméstica e nas tintas de parede) produzem gases poluidores da atmosfera e tóxicos aos seres humanos – incluindo o benzeno, que é cancerígeno.

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