ISSN 2359-5191

13/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 03 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Café e orégano amenizam envelhecimento

São Paulo (AUN - USP) - Orégano, alecrim, café, caju. Não é necessário descrever nenhum destes alimentos e temperos a um brasileiro porque eles são comuns na dieta geral da população. Muito bom é saber que eles podem ser, além de saborosos, benéficos à saúde humana. É o que mostra pesquisa sobre os compostos destas (e outras) especiarias e frutas. Eles fornecem elementos anti-oxidantes, que ao combaterem radicais-livres, otimizam as funções metabólicas. Como resultado, temos a redução de riscos de doenças, como as cardiovasculares e diabetes, amenização do envelhecimento dos tecidos, entre eles, a pele, além de muitos outros.

O estudo das pesquisadoras Ana Mara de Oliveira e Silva e Elma Regina S. Andrade Wartha, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, foca justamente uma parte das reações que diz respeito às enzimas e às suas ações. Elas examinam as substâncias fenólicas (derivadas dos fenóis) presentes em muitos ácidos, como os cafeicos, por exemplo, e investigam a atuação delas em relação aos radicais-livres.

Estes são moléculas instáveis que buscam em outras moléculas, como as de DNA, lipídios, carboidratos, os elementos que faltam para equilibrarem-se. O efeito é uma cascata de reações que danificam as membranas celulares, compostas por ácidos graxos, e, posteriormente, levam às doenças e ao envelhecimento, já citados.

Substâncias anti-oxidantes operam justamente para evitar esta cascata. As pesquisadoras procuram possibilitar o uso por humanos dos anti-oxidantes produzidos e utilizados pelos frutos e vegetais. Isolando os compostos, colocando-os para reagir in vitro, quantificam e identificam as enzimas e testam, em diferentes doses e períodos de tempo, a eficiência deles, primeiramente em animais. A pesquisa com seres humanos acontece somente após o término e conclusão dos experimentos em animais.

A indústria farmacêutica, tendo em vista atender ao desejo de seus consumidores em obterem as vantagens de uma vida saudável – redução de riscos de doenças e beleza –, cria com freqüência produtos neste setor. São cápsulas de vitamina C, vitamina do complexo B, anfetamina, ervas medicinais e muitas outras que prometem efeitos maravilhosos.

Ana Mara e Elma Regina, no entanto, alertam quanto à veracidade destas informações. “Dependendo do organismos, substâncias presentes em cápsulas podem nem sequer serem absorvidas”, avisa Elma. Além disso, “alguns elementos nas doses oferecidas podem ter efeitos tóxicos”, acrescenta Ana Mara, “muitos produtos não chegam a ser aprovados pela ANVISA –Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ...”.

O consumidor precisa estar antenado quanto às novidades, não só no ramo da indústria e de seus produtos, mas especialmente, nas pesquisas científicas que indicam os verdadeiros efeitos das substâncias recomendadas. E para as pesquisadoras, que são graduadas em Nutrição, nada deve substituir a combinação pregada pelos profissionais da saúde: uma dieta balanceada rica em vitaminas, sais minerais e fibras, associada a um equilíbrio entre proteínas, lipídios e carboidratos, atividades físicas regulares e hábitos saudáveis, como dormir bastante, não fumar, não beber etc.

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