Para dar início aos 50 anos do Centro de Estudos Africanos da USP, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP recebe o IV Colóquio Internacional Áfricas, Literatura e Contemporaneidade. O evento ocorrerá entre os dias 23 e 27 de novembro e contará com a presença de nomes como os escritores Mia Couto (Moçambique) e Pepetela (Angola).
Concomitante ao Colóquio, acontecerá o II Encontro de Estudos Africanos: Abrindo Caminhos. Ambos pretendem, segundo os organizadores, levar a literatura e história africanas para docentes e alunos. Além disso, aprofundam o olhar sobre o processo de libertação do continente e a sua repercussão nas produções artísticas.
Para a professora Rita Chaves, durante muito tempo os estudos sobre a África estiveram voltados para escravidão e imperialismo. Embora o entendimento dessas questões seja essencial, focar somente nisso acaba nublando o cenário contemporâneo e riqueza da cultura e da história do continente, diz.
Nazir Ahmed Can, também professor e curador do evento, afirma que o propósito é a desmistificação. “Precisamos desconstruir a ideia de que a África é um paraíso atemporal, harmônico”, diz. “Por outro, também é importante desmistificar a própria historiografia, que minoriza ou esquece a história africana”.
Destaques do evento
O IV Colóquio Internacional Áfricas, Literatura e Contemporaneidade/II Encontro de Estudos Africanos: Abrindo Caminhos traz grandes nomes da literatura africana, como os premiados e reconhecidos mundialmente Mia Couto e Pepetela.
Lançando livros inéditos no Brasil, Francisco Noa, um dos mais importantes ensaístas e críticos literários da África, também estará presente. Além de um grande nome da literatura moçambicana, Noa é reitor da Universidade do Lúrio.
Os dois livros que serão lançados pelo professor Noa são “Império, mito e miopia - Moçambique como invenção literária” e “Perto do fragmento, a totalidade: olhares sobre a literatura e o mundo”, pela editora Kapulana.
Nazir destaca a importância da obra de Francisco Noa. Para ele, toda a discussão que Noa ajuda a consolidar a respeito do império é importante. “Principalmente, quando a ideia da violência desse império, até pela distância histórica, está um pouco suavizada ou até esquecida”, completa.
Inscrições e mais informações sobre o evento estão disponíveis neste site.