São Paulo (AUN - USP) - O período de queimadas agrícolas está começando. E essas queimadas, não afetam apenas o interior, região onde normalmente são feitas, mas o ar poluído pela fumaça chega também à capital. Para agravar ainda mais o problema, no inverno o ar mais denso dificulta a dispersão dos poluentes.
Aproveitando o momento, o projeto “Meteorologia da Poluição em São Paulo” entra em uma nova fase de coleta de dados. Coordenada pelo professor Pedro Dias, do IAG – Instituto Astronômico e Geofísico da USP, a pesquisa tem como objetivo identificar as fontes de poluição e estudar as transformações pelas quais os poluentes passam ao se afastar de sua origem. Para tanto, no mês de julho serão realizados dois vôos sobre a cidade de São Paulo e seus arredores, medindo a concentração de poluentes em várias altitudes. Essas medições visam detectar e caracterizar a influência das queimadas que ocorrem no interior do estado no nível de poluição da capital, já que, como explica o professor Pedro Dias, “em épocas de queimadas agrícolas a quantidade de material particulado presente no ar que chega à capital é muito grande”.
Além do IAG, também estão envolvidos no projeto o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Meteorológicas), que fornecerá o avião e o Instituto de Física da USP, que entra com os aparelhos. Os dados obtidos serão analisados pelo Instituto de Química da USP, pelo IPEN (Instituto de Pesquisas de Energéticas e Nucleares) e pela CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
A pesquisa, que foi iniciada no final de 1998, prosseguirá por mais dois anos. Quando concluída, espera-se que ela forneça informação suficiente para identificar os focos de origem da poluição e, dessa forma, poder combatê-la. “Queremos que a informação científica possa virar medida de controle”, diz o professor Pedro Dias.