ISSN 2359-5191

09/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 16 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Pesquisa aponta Brasil como 75º no ranking da liberdade de imprensa
Diretor da Editora Abril expõe em palestra na ECA dados sobre o jornalismo atual que foi modificado pela Internet e mostra que censura no país não acabou

São Paulo (AUN - USP) - Com o advento da Internet, o modo de se fazer jornalismo teve que ser repensado por aqueles que trabalham na área. Grandes mudanças ocorreram: tem-se acesso às informações rapidamente, leitores do mundo todo estão interligados, o abismo que separa público de jornalistas diminui. Para falar sobre tais transformações sofridas pela mídia nas últimas décadas, Hamilton do Santos, diretor de Treinamento e Desenvolvimento Editorial da Editora Abril, veio recentemente à Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP).

A palestra de Santos foi assistida pelos alunos do segundo ano de Jornalismo da USP que cursam a disciplina Gerenciamento de Empresas Jornalísticas, ministrada por Elizabeth Saad. A pauta colocada em discussão pelo profissional era a difícil pergunta “Quem é o jornalista hoje?”.

O palestrante apresentou números importantes para se ter um retrato atual do jornalismo. “Somente 12,5% dos graduados em jornalismo seguem carreira na área, se desconsiderarmos o serviço de assessoria de imprensa. Isso não acontece dessa forma nas outras profissões. Em medicina, por exemplo, 75% das pessoas que se formam realmente trabalharão como médicas”, expôs o diretor.

Entre os dados exibidos por Santos, esteve o fato de que o Brasil foi considerado o 75º no ranking de países com maior liberdade de imprensa, em pesquisa feita pela ONG francesa Repórteres sem Fronteiras. “Isso é reflexo das grandes empresas de comunicação dos Estados fora do eixo Rio-São Paulo. A imprensa brasileira, principalmente a local, ainda sofre retaliação quando se mostra curiosa demais”, esclareceu ele.

Santos expôs também as diferenças entre os sexos dentro da profissão. O salário pago para profissionais do sexo masculino chega a ser 500 reais mais alto do que aquele pago às mulheres, apesar de 54% dos jornalistas atuantes hoje serem do sexo feminino – e a tendência é que essa porcentagem aumente.

O convidado ressaltou ainda a importância da vida na faculdade para o futuro jornalista. “Há 497 faculdades com o curso de Jornalismo no Brasil, formando 20 mil profissionais anualmente. Acontece que a grande maioria entra sem preparo no mercado. Para isso não acontecer, você precisa se dedicar à vida estudantil, ao invés de pegar um estágio logo”, enfatizou. Segundo ele, além de enfrentar a concorrência com as pessoas do seu meio, o jornalista atual briga com o leitor, que é cada vez mais participativo na mídia, devido às facilidades comunicacionais proporcionadas pela Internet.

Outro conselho que Santos deu aos alunos foi que eles procurassem desde cedo as áreas em que eram mais talentosos. “Não há trajeto certo na carreira. Muitas vezes, conta mais a afinidade que a pessoa tem com uma função. Não se mate sendo um péssimo repórter se você já é um bom editor”, defendeu.

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