ISSN 2359-5191

15/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 20 - Meio Ambiente - Instituto de Química
USP desenvolve cerâmica para sistema de geração de energia alternativa de células combustíveis

São Paulo (AUN - USP) - Pesquisas do Instituto de Química da USP estão trabalhando na substituição de um dos componentes estruturais das células a combustível. Pretende-se usar membranas cerâmicas para que atuem como eletrólitos, ou seja, como transportadores de íons. Esse meio alternativo de produção de energia consiste em baterias (pilhas) que convertem energia química diretamente em energia elétrica e térmica. A operação de conversão é contínua, graças à alimentação constante de um combustível. São vantajosos porque, dentre outros motivos, não emitem de gases poluentes da atmosfera.

Essa cerâmica, cujas matérias-primas são zircônia ou titânio, representaria custos de produção de células a combustível bem mais baixos. Além disso, ela poderia tornar-se uma tecnologia genuinamente nacional, já que os eletrólitos hoje usados para essas células consistem em uma membrana polimérica produzida por uma única empresa americana, que guarda sua maneira de produção como segredo de estado. A cerâmica chega a ser, inclusive, mais resistente do que esse polímero e suporta temperaturas mais altas.

A pesquisa é liderada pelo professor Flávio Maron Vichi, que atua na área de Química dos Materiais e é especializado em cerâmicas. Ele conta que suas maiores motivações incorrem em trabalhar com fontes alternativas de energia, e acrescenta que essas células têm a grande vantagem de usarem o hidrogênio como combustível e de obterem como subproduto água. Ele alerta, entretanto, que se as células não são, em princípio, poluentes, o método de fabricação de seus componentes pode chegar a sê-lo.

As células a combustível são uma tecnologia de geração de energia muito recente. São unidades bastante eficientes, que podem ser construídas em pequenas e grandes escalas, com custos quase invariáveis em relação ao tamanho. Elas já são usadas atualmente em centrais geradoras de energia, em veículos elétricos motorizados e em equipamentos elétricos portáteis, como câmeras de vídeo ou microcomputadores. A empresa Boeing anunciou recentemente os primeiros testes com tripulação em um avião alimentado pela energia de células a combustível.

No Brasil, o Ministério das Minas e Energia criou, em parceria com a EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), um programa de incentivo à instalação da tecnologia de células a combustível em transporte público. Cinco ônibus movidos por essa energia alternativa circularão pela cidade de São Paulo a partir de 2008, fazendo com que ela seja a terceira cidade do mundo a tomar esse tipo de iniciativa (as outras são Vancouver, no Canadá e Chicago, nos Estados Unidos). Os ônibus circularão, durante quatro anos, no corredor São Mateus/Jabaquara que corta cinco municípios - São Paulo, Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e Mauá - totalizando 33 quilômetros de operação.

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