ISSN 2359-5191

22/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 21 - Meio Ambiente - Instituto de Química
Químicos da USP conseguem baratear método de obtenção de energia solar

São Paulo (AUN - USP) - Uma pesquisa do Instituto de Química está desenvolvendo uma cerâmica à base de dióxido de titânio para ser aplicada em células fotovoltaicas, que são placas usadas para captação de energia solar. O material atualmente usado é baseado em silício, cuja produção é muito cara. O dióxido de carbono, assim como a zircônia, são alternativas bem mais baratas, que não devem ser descartadas.

Um dos fatores que torna esses materiais capazes de gerar energia elétrica é sua condição de bons transportadores de cargas elétricas. Neles, a energia solar é diretamente transformada em energia elétrica: a luz que incide nas placas excita os elétrons contidos nela, fazendo com que estes migrem para camadas eletrônicas mais energéticas. O que as células fotovoltaicas fazem é aproveitar essa dinâmica e promover, entre seus pólos, uma diferença de potencial, para criar uma corrente elétrica, orientando o movimento desses elétrons.

O professor Flávio Maron Vichi, um dos responsáveis pelo estudo, conta que há detalhes da pesquisa que ainda precisam ser concluídos. Um deles advém do fato de o dióxido de carbono mostrar melhor funcionamento na faixa do ultravioleta. Como somente 5% da luz solar é composta de raios ultravioletas, tornou-se necessário desenvolver um corante para ser aplicado às placas, para aproveitar o espectro da luz visível, da “luz branca”.

O curioso é que, ao contrário dos vegetais, que usam um pigmento verde para captar a luz solar (clorofila), a cerâmica mostrou maior afinidade com pigmentos roxos. Assim, foram testados corantes naturais, comerciais e sintetizados em laboratório outros corantes naturais produzidos a partir de jaboticaba, amora e jambolão. Há muitos testes em torno destes últimos, uma vez que eles mostraram uma certa instabilidade. O intuito da equipe é, depois de eleito o corante com melhor desempenho, focar as atenções na busca de sua estabilidade.

O professor acrescenta a importância de se aproveitar a energia solar: além de ser um fonte alternativa, não poluente, ela é ilimitadamente disponível. Ainda que seu rendimento fique em torno de 20%, consiste em algo significativo por aproveitar uma parte da tonelada de watts emitidos pelo sol diariamente. Em 2004 a capacidade instalada mundial de energia solar era de 2,6 GW, cerca de 18% da capacidade instalada de Itaipu. O uso desse tipo de energia é ainda mais vantajoso para regiões afastadas, pois elimina o pesadelo dos altos custos de transmissão de energias obtidas de outras formas.

Apesar de os países tropicais terem o maior potencial para o aproveitamento da energia solar, os principais produtores estão situados em país de médias e altas latitudes (o maior produtor é o Japão). Em 27 de março, no Alentejo, em Portugal, entrou em funcionamento a Central Solar Fotovoltaica de Serpa, a maior unidade do gênero no mundo. Sua capacidade de 11MW (megawatts) de produção, entretanto, promete ser ultrapassada pelo ambicioso projeto australiano, previsto para vigorar a partir de 2013, que visa atingir 154 MW.

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