ISSN 2359-5191

25/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 29 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Mostra de filmes do Cinema Novo brasileiro expõe desafios políticos
Sessões de cinema da oficina Jogos do Olhar exibem ao público marcos da história cinematográfica nacional produzidos durante a Ditadura

São Paulo (AUN - USP) - As décadas de 60 e 70 foram muito produtivas para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Os principais filmes produzidos nessa época faziam parte do chamado “Cinema Novo”, que consistiu em um movimento cinematográfico cujo famoso lema era “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. Para apresentar ao público os maiores representantes dessa vertente ideológica, aconteceu na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, durante os meses de abril e maio, as sessões de cinema da oficina Jogos do Olhar

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Do dia 18 de abril até o dia 23 de maio, o Auditório Paulo Emílio, no Prédio Central da ECA, foi lugar de exibição de marcos da história do cinema do Brasil, além de servir de sede para discussões sobre os filmes. Professores do Departamento de Cinema da Escola e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) promoveram debates sobre cada obra assistida. As sessões, que aconteceram às 19h30 das quartas-feiras, foram abertas ao público geral.

Os filmes foram apresentados na seguinte ordem: “A Falecida”, de Leon Hirszman (18/04); “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, de Glauber Rocha (25/04); “Os Inconfidentes”, de Joaquim Pedro de Andrade (02/05); “São Bernardo”, de Leon Hirszman (09/05); “Toda nudez será castigada”, de Arnaldo Jabor (16/05); “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla (23/05).

A oficina Jogos do Olhar faz parte da primeira fase da pesquisa de Mestrado de Verônica Veloso. Com a proposta de trazer ao palco do teatro influências da linguagem cinematográfica, a mestranda da ECA-USP idealizou as exibições de tais filmes modernistas para que mais pessoas pudessem participar de sua oficina ao se familiarizarem melhor com a temática. “Os cenários simplórios e os tipos de diálogos presentes no que foi produzido pelo Cinema Novo estão muito relacionados aos conceitos teatrais, mas pouca gente percebe isso”, explica ela.

Toda parte teórica do Cinema Novo, influenciado pelo neo-realismo italiano e pela nouvelle vague francesa, visava discutir a situação do Brasil, em uma época em que questionar o Governo era inadmissível e perigoso. Os cineastas representantes do movimento procuravam mostrar sempre a versão não-oficial dos fatos, nos momentos em que a Ditadura escondia toda e qualquer falta que tivesse cometido.

O próximo passo da pesquisa de Verônica é unir um grupo de pessoas para peregrinar pelo campus da USP em busca de um espaço cênico e criar diálogos e narrativas a partir dos filmes assistidos.

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