ISSN 2359-5191

26/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 30 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Jornalistas e estudantes debatem a cobertura da imprensa no movimento de ocupação da reitoria da USP

São Paulo (AUN - USP) - A mídia foi violenta na forma como fez a cobertura da ocupação da reitoria da USP, segundo José Arbex Jr., da revista Caros Amigos. Quase nenhum meio de comunicação se esforçou em cobrir a realidade do que ocorria lá e o resultado foi uma impressão errônea do público externo à universidade em relação aos fatos. A destruição do patrimônio da universidade, que na realidade foi mínima, o exagero de pautas de reivindicação e uma possível manipulação dos alunos por partidos de esquerda são o que a imprensa mostrou da ocupação. Já os motivos do movimento, esclarecimento sobre os decretos do governador e a real situação da universidade pública foram assuntos quase que completamente ignorados.

Isso foi colocado em um debate sobre a cobertura da ocupação realizado pela J. Júnior, empresa júnior de jornalismo, antes do fim da ocupação, atraiu mais de cem pessoas à Escola de Comunicações e Artes da USP - ECA em um dia de assembléia dos estudantes. Na mesa, além de Arbex, Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada do IG, Ana Paula Anderson, da MTV, e Carlos Gimenes, aluno da USP puxavam a discussão com a platéia, que opinava acalorada. Mas uma coisa chamou atenção ali: era unânime a opinião de que a cobertura do movimento era mal feita.

O debate acabou rumando para sugestões de maneiras de resolver os problemas que os estudantes enfrentavam no trato com a mídia. Carlos Gimenes, da comissão de comunicação da ocupação, ressaltou as dificuldades em lidar com os jornalistas, que se recusavam a ouvir o que ele tinha a dizer e brigavam por ouvir o que queriam. Amorim sugeriu que os participantes do movimento parassem de tentar ir contra a grande mídia e entrassem no jogo dela “È muito mais fácil vocês mudarem do que a mídia conservadora.”, afirmou ele. Seria uma alternativa para que tentassem se fazer entender.

Uma das formas de tentar driblar essas questões foi o uso do blog pelos alunos, mas Ana Paula ressaltou que eles não souberam aproveitar essa mídia, pois, segundo ela, o blog parecia muito mais um mural de recados interno da ocupação, cheio de moções e lembretes, do que uma forma de tentar mostrar o que realmente ocorre lá dentro.

No entanto, o uso das mídias alternativas foi elogiado. Mesmo o blog não dando muito certo, todos concordaram que boa parte do que se sabia realmente sobre o que acontecia dentro da reitoria chegava ao público através da internet ou da rádio pirata que fizeram. Esses meios, porém, têm um alcance mínimo quando comparados com os grandes jornais, revistas ou sites, que conseguiram levar ao público uma idéia de caos e violência na universidade, coisas que de fato não ocorreram.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br