São Paulo (AUN - USP) - Até hoje, no século XXI, o único uso que se pode ver no nosso cotidiano para a Teoria da Relatividade Geral de Einstein é o GPS (Sistema de Posicionamento Global), explicou o professor Jean Eisenstaed, em palestra no dia 18/6 na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. O professor francês é membro do Observatório de Paris e autor de diversos livros sobre a história da relatividade.
Eisenstaed mostrou que o número de pesquisas relacionadas à relatividade geral entre as décadas de 1920 e 1950 era bastante pequeno. “Comparada à teoria de Newton [tradicional ao estudo da física], a teoria de Einstein era muito ‘pesada’, não havia espaço para ela”, disse. O professor explicou que muitos testes tiveram de ser feitos ao longo do século XX para comprovar a validade da relatividade geral e, mesmo no mais concludente, a melhora de exatidão que se conseguiu comprovar foi de apenas um minuto no espaço de tempo de um século; um resultado relevante, mas de pouca importância prática.
A partir da década de 1960, a teoria da relatividade voltou a ser cultuada pelos matemáticos e físicos, principalmente pela comprovação da excelência de seus princípios. “[A relatividade geral] é uma teoria muito útil, mas com pouca aplicação visível em nossa vida”, disse Eisenstaed. O professor acredita que por causa desse fato e do grau de dificuldade da teoria, a vertente newtoniana continua imperando no estudo da física.
Eisenstaed salientou que essa dificuldade de aplicação é exclusiva à relatividade geral e não às demais teorias relativistas de Einstein. A relatividade geral, à época que foi lançada, representou uma ampliação dos horizontes da física nunca antes observada, expandindo o conceito de gravitação, revelou seus efeitos no espaço e no tempo. No entanto, como explica Jean Eisenstaed, era uma teoria altamente complexa no início do século XX e continua a ser.