ISSN 2359-5191

27/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 31 - Educação - Instituto de Química
Animações para o ensino de química enfrentam dificuldades de comercialização

São Paulo (AUN - USP) - O professor João Pedro Simon Farah, do Instituto de Química da USP, tem softwares de animação desenvolvidos por ele para o ensino de química há mais de dez anos, mas até hoje não conseguiu viabilizar a ampliação dos conteúdos e sua distribuição em nível comercial. Os entraves vão da burocracia universitária para concretizar esse tipo de projeto à falta de investimento do setor privado. O professor conta que escolas e cursinhos garantem a compra do produto, mas se recusam a investir no processo de produção.

Sendo assim, o uso das animações restringe-se às aulas de João, que muitas vezes foi, além de idealizador, concretizador de todas as etapas de produção dos softwares – da parte propriamente de conteúdo até o âmbito artístico e estilístico das animações, incluindo a parte técnica de computação envolvida.

O que as animações trazem são modelos teóricos, e servem para que se tenha uma visão tridimensional de reações. Elas seriam uma ferramenta extra muito útil à elucidação de temas de difícil explicação para os mestres e visualização mental para os estudantes. Segundo o professor, o ideal seria que as animações fossem apresentadas sem nenhum tipo de legenda ou aporte textual, para que os alunos atingissem um certo grau de abstração em relação aos assuntos mostrados. Depois, o professor daria seqüência com as devidas explicações e aprofundamento de conteúdo.

João Farah coloca-se de forma interessante perante os softwares hoje em circulação que se propõem ao ensino de Química. Ele acha que o foco dado por esses aportes tecnológicos é errôneo, pois muitas vezes o que é simulado são situações que podem perfeitamente ser reproduzidas em laboratórios, onde os alunos poderiam ter contato, inclusive, com a manipulação dos instrumentos (tubos de ensaio, pipetas, provetas, béqueres, bicos de bünsen, indicadores ácido-base...). Mais proveitoso seria dar prioridade às matérias mais abstratas, cujo entendimento é desafiante, mesmo com os esforços do professor, suas maquetes e seus desenhos na lousa.

Como a idéia do projeto é levar as animações a toda sorte de alunos, foram feitos testes com estudantes de todas as idades. Com as crianças, o professor deixou-as um tempo a sós com os computadores, para que tivessem intimidade com a ferramenta e, em seguida, fez uma série de perguntas a elas. Os resultados foram bastante positivos, demonstrando que o software conseguiu despertar a curiosidade dos entrevistados e facilitar seu aprendizado.

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