ISSN 2359-5191

28/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 32 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Disciplina do curso de música da USP leva alunos aos palcos

São Paulo (AUN - USP) - Nunca os estudantes de música da Universidade de São Paulo tiveram tantas oportunidades de tocar música de câmara. Desde o segundo semestre de 2006, o professor Michael Alpert organiza seus alunos para que se apresentem pelos institutos da universidade. Eles já tocaram em locais não exatamente ligados às artes, como o Departamento de Botânica (IB-USP) e o Instituto de Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP). Recentemente, foi no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP) que uma turma tocou canções de Beethoven, Osvaldo Lacerda, Chico Buarque, entre outros.

As apresentações fazem parte da disciplina obrigatória "Música de Câmara". Nela todos os alunos devem se organizar em grupos com os quais cantarão e tocarão músicas contemporâneas e clássicas, ao longo do semestre. Quem toca mais vezes ganha nota maior. A avaliação, no entanto, é menos importante do que a experiência adquirida ao longo dos semestres - a matéria tem dois módulos. O professor responsável, Michael Alpert, conta que antes de assumir a disciplina, as apresentações não existiam, e muitos alunos se formavam sem nunca ter tocado em câmara.

A mudança veio com o novo chefe do Departamento de Música (CMU), Gil Jardim, que abriu espaço para projetos como de Alpert. O professor objetivava aumentar ao máximo as apresentações, já que "o departamento de música tem que fazer música", e com isso explorar talentos entre os alunos. Assim, foram procuradas entidades dentro da USP com interesse em dar espaço aos estudantes.

"Revolução musical" no departamento foi como Mônica Lucas, que trabalha junto a Alpert na disciplina, chamou o aumento de apresentações dos alunos. No primeiro semestre desse ano, aconteceram 28 - uma média de sete por mês. Mesmo durante a paralisação da universidade, as apresentações se tornaram "atividades de greve" para não comprometer os alunos e o compromisso da matéria.

No começo, Alpert conta que houve uma certa dificuldade por parte dos alunos de estar à vontade nos palcos, mas com o tempo isso foi melhorando e agora cada vez mais eles se naturalizam com as apresentações. Ele ressalta que música não é só uma arte auditiva, mas também visual. São importantes os gestos, as performances e sorrisos em cima do palco. Ele diz, entre risos, ter muitas vezes uma imagem mais de empresário do que de professor de música.

A oportunidade foi valorizada até por alunos que não cursam a disciplina. E na medida do possível, eles entram na agenda e também fazem suas performances. No final, conta Alpert, mesmo com suas cobranças, os alunos gostam da experiência, já que são futuros músicos, e é isso que deverão fazer em suas profissões.

Para se concretizar, a iniciativa precisou contar com um patrocínio de instrumentos musicais. Alguns locais, mesmo dispostos, não poderiam receber os alunos por não ter instrumentos e o departamento de música não tinha como transportar os seus. A marca Roland disponibilizou aparelhos, como pianos, o que para Alpert salvou mais da metade das apresentações, já que a maioria usaria piano. Ele conta que essa é uma parceria que vem dando certo, e já existe um projeto de uma sala no departamento de música com instrumentos doados pela marca, que se chamaria "Sala Roland". Para ele, a iniciativa ajudaria muito o estudo dos alunos da universidade, com instrumentos em números limitados.

Para o próximo semestre são previstas, além do aumento da qualidade dos músicos, que já terão um semestre de experiência, mais apresentações e uma agenda fixa em alguns locais, como o IEB, o Memorial da América Latina e o centro de cultura Casa de Dona Yayá. A última apresentação, para finalizar o primeira etapa do ano, será dia 1/07 na Casa de Dona Yayá.

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