ISSN 2359-5191

17/08/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 35 - Sociedade - Instituto de Geociências
Geologia da USP analisa pinturas murais do Hospital das Clínicas

São Paulo (AUN - USP) - “Perservar a herança cultural é manter a evidência de uma civilização.” Essas são palavras de Eliane Aparecida Del Lama, pesquisadora do Instituto de Geociências (IGc) da USP. A professora faz parte de uma equipe de pesquisadores do IGc e do Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP, que analisou as degradações de duas pinturas murais de Fulvio Pennacchi, localizadas na Capela do Hospital das Clínicas (HC) da USP.

As obras se deterioraram devido à ação da umidade. A pesquisadora detectou fissuras na alvenaria da superfície externa, onde a água da chuva penetrou, carregando consigo sais solúveis. Essa umidade migra até a face interna da parede e entra em contato com as pinturas. Quando a água evapora, os sais carregados se cristalizam sobre as obras. Esse processo é chamado de eflorescência e resultou em manchas que alteraram o aspecto visual dos murais.

O afresco “Ceia de Emaús” possui a sua parte direita - justamente a área conservada - numa região oca do prédio. A pesquisadora acredita que esse seja o motivo da conservação, pois assim a umidade não chega em toda a pintura. “Geralmente, as obras que se conservam melhor são aquelas em que há uma parede falsa”.

A obra “Anunciação da Virgem”, por sua vez, está mais danificada, apresentando eflorescências que comprometem a sua integridade. Há desagregação da superfície colorida da massa, deixando à vista o reboco interno.

A equipe de pesquisadores retirou amostras das áreas danificadas da pintura e analisou-as para identificar a composição química, a estrutura e a morfologia dos sais, da pintura original e das restaurações feitas anteriormente. Eles usaram métodos tradicionalmente utilizados em mineralogia, como o microscópio eletrônico, raios X e ultravioleta.

As obras são protegidas por vários órgãos de preservação, como o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) e o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade).

O projeto durou um ano e meio e servirá de auxílio no diagnóstico do estado de conservação das obras, além de subsidiar futuros trabalhos de restauração. Este trabalho é parte do projeto de pesquisa “A Mineralogia aplicada ao estudo de Pinturas Murais: Fulvio Pennacchi – Um Estudo de Caso”, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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