ISSN 2359-5191

12/09/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 40 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Produção estrangeira favorecerá biocombustíveis brasileiros

São Paulo (AUN - USP) - O Brasil tem muito a ganhar ao incentivar a produção estrangeira de biocombustíveis. De acordo com Antonio Maria Bonomi, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), é importante que outros países passem a produzir e utilizar os biocombustíveis. “[Eles] nunca serão uma alternativa mundial se apenas o Brasil produzi-los em larga escala”, afirma. Com a disseminação do consumo e produção de etanol e biodiesel, o mercado se alargará e se tornará favorável aos biocombustíveis nacionais.

Na América, de acordo com o pesquisador, “o Brasil é o único que tem perspectivas para se abastecer e ser exportador de biocombustíveis”. Bonomi participou, no início de agosto, da terceira missão brasileira à Jamaica, na qual perspectivas de associação entre os dois países na produção do biodiesel foram abordadas. O presidente Lula esteve presente. Foi a primeira visita de chefe de Estado brasileiro ao país. Em 2005 e 2006, as missões trataram do etanol, o álcool combustível.

A Jamaica recebe investimentos brasileiros por causa de sua grande safra de cana-de-açúcar, hoje empregada como matéria-prima do açúcar e do rum, produto de alto valor agregado, até mesmo maior que o do etanol. O país desidrata álcool hidratado (7% água) importado do Brasil, transformando-o no álcool anidro (etanol quase puro). Posteriormente, este álcool anidro é exportado para os Estados Unidos. Produtos da América Central, até determinada cota, se beneficiam com o não-pagamento da sobretaxa, que incidiria sobre o etanol brasileiro, caso fosse exportado diretamente daqui.

Com os investimentos brasileiros, porém, há interesse jamaicano em gerar o próprio etanol a partir da cana. De esforços efetivos, Bonomi ressalta apenas a recente implantação de variedades brasileiras de cana-de-açúcar na Jamaica. A produtividade do país, de acordo com ele, é quase metade da brasileira, que cresce entre 2% e 2,5% ao ano.

“Poderia haver um esforço mais concentrado para que se tornem operacionais esses esforços políticos”, diz Bonomi. A preocupação da diplomacia brasileira não se restringe às vantagens econômicas imediatas, mas também à questão ambiental, das quais os biocombustíveis são uma solução possível e viável ao Brasil. Ainda de acordo com Bonomi, com mais produtores de biocombustíveis, cria-se um mercado de serviços dinâmico. Técnicas e máquinas fabricadas no país podem ser exportadas.

A desidratação do etanol pelos jamaicanos, por exemplo, é feita com peneiras moleculares, plantas que retiram a água do álcool hidratado. Essa técnica é brasileira e as barreiras de plantas são produzidas por empresa nacional. Bonomi considera que o retorno, em conhecimento técnico, no sentido Jamaica-Brasil, tende a ser pequeno. De acordo com ele, os jamaicanos têm pesquisas incipientes na área agrícola e em engenharia química, mas todas restritas às universidades, sem aplicação produtiva.

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