ISSN 2359-5191

31/10/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 70 - Saúde - Hospital Universitário
Prontuário eletrônico deve facilitar o acompanhamento de pacientes

São Paulo (AUN - USP) - Num hospital, registrar as alterações no tratamento de um paciente não é tarefa das mais simples. Médicos e enfermeiros têm de recorrer a um prontuário manuscrito, uma ficha com todas as informações das intervenções efetuadas enfermos desde o momento em que este deu entrada na casa de saúde.

Essas fichas são arquivadas e devem ser acompanhadas por todos os profissionais que entram em contato com o interno. Para que tudo seja registrado e nenhum dos passos seja perdido, é necessário estabelecer uma logística perfeitamente coordenada, o que nem sempre é possível. Agora, um projeto desenvolvido pela pesquisadora Heloísa Helena Ciqueto Peres, doutora em Informática na área de saúde, pretende facilitar o diagnóstico de enfermagem com o desenvolvimento de um prontuário eletrônico do paciente. A idéia é reunir num arquivo disponível em rede o diagnóstico de enfermagem das intervenções e dos resultados do tratamento.

O projeto vem sendo desenvolvido há três anos e já foi apresentado para a equipe de enfermagem do Hospital Universitário, na USP. Em janeiro e fevereiro do próximo ano, o sistema deve ser implantado nas áreas de treinamento clínico, médico e cirúrgico do Hospital Universitário. A partir de setembro de 2008, a pesquisadora espera que o sistema seja implantado em todas as unidades médicas do hospital.

Além de reduzir os custos com papel e arquivamento, o registro eletrônico deve ser mais eficaz no controle das intervenções dos profissionais de saúde e nos resultados dos tratamentos ministrados.

A enfermagem segue padrões internacionais de classificação para as intervenções nos enfermos. Heloísa explica que os aspectos clínicos, fisiológicos e psicossociais das doenças são apontados a partir desses padrões. Mas ainda hoje, em virtude de esses apontamentos serem feitos em papel, não é raro surgirem complicações no acompanhamento da evolução do quadro clínico do paciente. Daí a importância da criação de um prontuário eletrônico.

“Existe um diagnóstico médico e um diagnóstico de enfermagem. Esse diagnóstico é uma das principais ferramentas dos profissionais da área, mas precisamos de mais agilidade no processo hospitalar”, explica Heloísa. O diagnóstico de enfermagem pretende estabelecer uma integração maior entre os docentes da Escola de Enfermagem.

No futuro, a pesquisadora espera que o diagnóstico eletrônico possa ser acessado por todos os envolvidos no tratamento de um paciente, desde o próprio enfermo até o médico, passando pelos enfermeiros e até pelos farmacêuticos. “Queremos facilitar todo o tratamento. Até mesmo fora do hospital, quando a pessoa vai adquirir os remédios, o prontuário deve ser o mais claro possível”, diz, referindo-se à sofrida caligrafia dos médicos.

Sobre a possibilidade de informações confidenciais prescritas no prontuário eletrônico serem acessadas por pessoas estranhas ao processo, a professora garante que não haverá perigo. Também nisso a tecnologia está a favor dos enfermeiros, já que o acesso às fichas eletrônicas pode ser controlado com técnicas de criptografia ou de biometria.

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