São Paulo (AUN - USP) - Com a primeira prova da concorrida FUVEST no domingo, começaram a ser conhecidos os rostos de quem possivelmente será calouro da Universidade de São Paulo em 2008. Mas os problemas não terminam logo que os tremores e temores do concurso passam. É no 2º Seminário de Pedagogia Universitária, a se realizar na quinta-feira (29), que a reflexão sobre os efeitos do ingresso na universidade tomará corpo. O Inclusp e as políticas de permanência estudantil devem ser pedras de toque da discussão.
A professora Ana María Ezcurra vem da Universidade Nacional General Sarmiento, na Argentina, para a conferência “Los estudiantes de nuevo ingreso: democratización y responsabilidad de las instituiciones universitárias” (Os estudantes de novo ingresso: democratização e responsabilidade das instituições universitárias). A primeira edição deste seminário, que ocorreu no final de setembro de 2007, teve como conferencista o professor Joan Rué Domingo, do departamento de Pedagogia Aplicada da Universidade Autônoma de Barcelona.
Ezcurra, autora de Formación docente e innovación educativa, “é uma especialista na análise do que acontece com o estudante quando ele ingressa na universidade”, indica Maria Isabel de Almeida, professora da Faculdade de Educação da USP e assessora de gabinete da Pró-Reitoria de Graduação (PRG). Ela explica que os índices de evasão entre os primeiroanistas no Brasil é bastante alto e que os estudos de Ezcurra, partindo da sociedade americana para a realidade latino-americana, são valiosos na direção de buscar as raízes dos problemas dos ingressantes e de produzir respostas à situação.
O seminário faz parte da preocupação da universidade com a formação pedagógica docente: “Tem como objetivo trazer especialistas no ensino universitário para fazer palestras para os nossos docentes discutindo temas atuais”, conta Maria Isabel. Nesse mesmo sentido, desde abril de 2007, é mantido um curso em Pedagogia Universitária em parceria com a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, que atende 120 docentes uspianos (divididos em duas classes).
“A Pró-Reitoria de Graduação tem uma linha de trabalho que busca oferecer aos docentes da USP apoios pedagógicos, subsídios, cursos, enfim, todo tipo de discussão e apoio para incentivar a melhora no ensino de graduação na universidade”, destrincha a professora Maria Isabel. Mantido pelo Grupo de Apoio Pedagógico (Gap) da PRG, o curso, cujo programa pode ser lido aqui (http://naeg.prg.usp.br/gap/files/programa_curso_2007.doc), oferece ferramentas teórico-metodológicas e organizativas para que os professores incorporem inovações e transformem suas atuações.
Segundo Maria Isabel, a preocupação uspiana com questão do ingresso cresce por conta das políticas de inclusão vigentes na universidade: “A USP está interessada em pensar estes problemas no quadro do Inclusp”, programa de inclusão social cuja eficácia foi discutida recentemente em audiência pública (ver matéria em http://www.usp.br/aun/_reeng/materia.php?cod_materia=0704311). Afinal, além de condicionar a entrada na universidade é preciso dar condições de permanência (com apoio material, moral e até psicológico) aos estudantes – políticas que há anos o movimento estudantil reivindica.
“Los estudiantes de nuevo ingreso: democratización y responsabilidad de las instituiciones universitárias” acontece no dia 29 de novembro às 9h30, no Anfiteatro Plínio Soares de Almeida do Instituto Oceanográfico. As inscrições podem ser feitas pelo endereço