São Paulo (AUN - USP) - Há aproximadamente 300 anos, na época barroca, nascia a Música de Câmara. Composta por um número pequeno de instrumentos, se caracterizava por se adequar a lugares onde não seria possível tocar uma grande orquestra. Inicialmente, era a coadjuvante em eventos sociais, como festas e jantares. Com o passar do tempo, entretanto, a Música de Câmara passou a ocupar o lugar de destaque e contou com grandes compositores, como Antonio Lucio Vivaldi, Wolfgang Amadeus Mozart e Johann Sebastian Bach. Séculos depois, esse tipo de música ganha importância na Universidade de São Paulo, onde concertos comandados pelo professor americano Michael Kenneth Alpert fazem parte do cotidiano dos alunos.
Alpert é docente do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (CMU – ECA) desde que chegou ao Brasil, em 1979, dando aulas de trompa. Há pouco mais de um ano assumiu o cargo de Coordenador de Música de Câmara e Eventos e transformou a rotina do departamento: mandou cartas para todas as unidades da Universidade perguntando se não havia interesse em receber concertos com os alunos de música. A diferença pode ser conferida nos números. Se antes a prática camerística resumia-se às aulas e aos treinos de cada um, hoje os alunos participam de, em média, oito apresentações por mês. “Os alunos nunca ficaram tão ativos”, conta o professor.
Alpert explica que é na performance que a “música alcança a maturidade”, sendo ela essencial para a formação dos músicos. Para ele, os concertos também dão “uma nova cara para o departamento”, que conta com uma “vasta quantidade de talentos”. Para 2008, ele pretende aumentar ainda mais o número de espetáculos, que acontecem em várias unidades da USP, como no Instituto de Biociências (IB), no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) e na Casa de Dona Yayá. Mas o sucesso dos concertos não pára por aí. Além de se apresentarem no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e no Memorial da América Latina, os alunos já fazem sucesso internacionalmente. O quinteto de metais formado por Bruno Luiz Lourensetto, Anderson Lagoin Romero, Denis Vinicius Vieira, Fábio Martinele Neto e Abdnald Alves de Lima, por exemplo, fez uma turnê pela Europa em julho desse ano.
O professor de Prática Camerística conta ainda que o trabalho tem sido recompensador tanto para ele quanto para seus alunos. Garante, também, que a Música de Câmara permanecerá crescendo, mesmo em época de greve: “O show deve continuar”, completa, explicando que os concertos também podem ser uma forma de apoio às paralisações.
As datas das apresentações e mais informações sobre a Música de Câmara estão no site do Departamento: www.cmu.eca.usp.br.