ISSN 2359-5191

10/12/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 94 - Sociedade - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Historiadores discutem papel da Internacional Comunista nos países subdesenvolvidos

São Paulo (AUN - USP) - Com os 90 anos de Revolução Russa, muitas foram as palestras, seminários e simpósios pelo país. No Departamento de História da USP não foi diferente. Recentemente foi realizado o Simpósio de Debates: Uma Jovem de 90 anos. Nesses três dias de palestras foi discutida a importância da revolução que alterou a história do século XX, tanto economica quanto politicamente ao dar origem à nação mais forte do mundo socialista da época. Numa dessas palestras chamada “A Internacional Comunista na história contemporânea” foi discutida a importância da organização política criada pela URSS, dois anos após a revolução de outubro.

Esquecida por muitos historiadores, a 3ª Internacional Socialista, a Komintern, ou ainda, Internacional Comunista (IC), nome pelo qual é mais conhecida, foi um dos principais meios de articulação internacional para difusão do regime político adotado pela União Soviética.

As Internacionais Socialistas foram organizações que se apoiaram na tentativa de reunir os partidos e grupos de cunho socialista, social-democrata e comunista de todo o mundo em torno de um só eixo. A 1ª Internacional foi criada em 1864 e outras surgiram a partir de dissidências desta primeira, ao todo somando quatro “Internacionais”. A única a ser extinta formalmente foi justamente a Internacional Comunista criada em 1919 e com sede na antiga União Soviética.

Para o professor Osvaldo Coggiola, a IC foi a maior tentativa de criar um partido mundial. Ele rebate as críticas que dizem que a Komintern não soube respeitar as peculiaridades nacionais e suas dinâmicas, dizendo que a proposta da IC era justamente uma revolução mundial estruturada a partir de um partido internacional, e que para isso era necessário agregar aquilo que era comum a todos, e não o contrário.

Coggiola ainda afirma que a Komintern foi “a primeira a entender o papel dos subdesenvolvidos com protagonistas da história” e a pensar numa luta contra o imperialismo.

Contudo, toda essa história gloriosa da IC durou muito pouco. Todo este período de luta vai de 1919 a 1925, após isto a organização caiu na mão do regime stalinista que dominava a URSS e depois disso agonizou até seu final formal em 1943. Para o professor Daniel Feldman a butocratização da União Soviética levou a derrocada da Internacional Comunista.

Já o professor Marcos Del Royo acredita que a cisão do partido bolchevique com a morte de Lênin e a crise da política econômica adotada pelos soviéticos na década de 1920, foram motivos para a IC não dar certo.

Formalmente, a dissolução da Komintern fez parte do acordo para a entrada da URSS na 2ª Guerra Mundial, ao lado dos Aliados que lutavam contra o nazi-fascismo.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br