São Paulo (AUN - USP) - Após constatar que a população brasileira está, em sua imensa maioria, despreparada para agir em situações de emergência que exigem pronto-atendimento, a Escola de Enfermagem da USP (EEUSP) decidiu criar o curso "Suporte Básico de Vida e Noções de Primeiros Socorros". Promovido desde 1996 pelo Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica e pela Comissão de Cultura e Extensão Universitária da EEUSP, o curso é coordenado pelas professoras Kazuco Uchikawa Graziano e Maria Alice Fortes Gatto.
Segundo Kazuco, o objetivo inicial era e continua sendo dar formação a pessoas leigas que, após serem capacitadas a prestar os primeiros socorros, se tornassem multiplicadores do conhecimento. "A passagem do conhecimento pessoa-a-pessoa, com cursos que formam conhecedores e não multiplicadores, é muito útil. Entretanto, o ideal é estimular uma ‘progressão geométrica’: após estarem devidamente formados os alunos podem criar, de acordo com o interesse da comunidade ou instituição da qual fazem parte, novos núcleos de formação. Esses núcleos gerariam outros, estabelecendo uma reação em cadeia", diz a professora.
A preocupação em não apenas formar socorristas, como são chamados os leigos aptos a prestar os primeiros socorros, mas em expandir ao máximo o conhecimento, decorre da falta de preparo generalizada do brasileiro. Um bom indicador dessa situação pode ser encontrado ao se analisar as características dos alunos do curso. Kazuco diz que o grupo de alunos é muito diversificado, em todos os âmbitos: "É difícil traçar o perfil dos alunos, pois são das mais variadas classes sociais, homens e mulheres, de diversas faixas etárias". Justifica ainda mais a disseminação de conhecimento sobre primeiros socorros a procura do curso por profissionais de saúde, que em tese deveriam ser habilitados a prestar essa assistência.
Para ampliar a formação de socorristas, a EEUSP se dispõe a prestar a assistência necessária à criação de novos núcleos. Uma comunidade ou instituição interessada deve ligar para a Comissão de Cultura e Extensão e falar com a coordenação do curso, para verificação da viabilidade do projeto e acerto dos detalhes. A professora diz que a escola oferece todo o suporte técnico e de consultoria aos interessados, a fim de manter a qualidade da capacitação. Outro empecilho é o custo do programa, que, apesar de ser básico, conta com recursos materiais sofisticados, como o manequim utilizado para as aulas práticas, que custa cerca de US$6 mil. De acordo com Kazuco, o suporte dado pela escola se estenderia à orientação sobre como administrar os recursos existentes, para que haja continuidade da iniciativa.
Para mais informações, ligar para a Comissão Cultura e Extensão no telefone 3066-7531 ou enviar um e-mail para scex@edu.usp.br.