ISSN 2359-5191

17/12/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 99 - Sociedade - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Mídia favorece desconfiança nos políticos

São Paulo (AUN - USP) - A imagem desgastada dos políticos hoje em dia é fruto, em parte, da exposição da mídia. É isso que aponta Rogério Schlegel em sua dissertação de mestrado defendida no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e orientada pelo professor José Álvaro Moisés.

O estudo chamado “Mídia, Confiança Política e Mobilização” afirma que, a partir dos resultados do Eseb (Estudo Eleitoral Brasileiro), a exposição dos políticos nos veículos jornalísticos afeta negativamente a imagem de políticos, partidos, Congresso e Governo. Ele acredita que apesar da mídia não ter papel decisivo “o viés crítico do jornalismo sobre a política e os negócios públicos” também contribui para o ceticismo em conjunto com “as características negativas do funcionamento do regime democrático”.

Outro fator influente é o grau de escolaridade e de renda da população, mas o autor associa esse dado ao acesso a veículos de imprensa. Isso é comprovado ao constatar que cada meio de comunicação produz um impacto diferenciado, sendo os jornais impressos os que têm maior influência, logo aqueles com que a população mais pobre tem menos contato.

Por outro lado, a mídia não abala a confiança na democracia como melhor regime político e mantém as instituições como parte do jogo democrático. Ou seja, a população diferencia o desempenho dos políticos ou do Congresso da função que ele cumpre para manter a democracia como o melhor regime político possível.

Um dado interessante é que a participação política seja em período de eleições ou fora dele está diretamente ligada ao acompanhamento dos veículos jornalísticos. Os indivíduos mobilizados acompanham mais do que os com baixa participação. Um exemplo se insere ao tratar da participação eleitoral: para 58% das pessoas com alta participação política a informação que chega pela mídia ajuda muito na decisão eleitoral. Nas pessoas com menor participação esse número cai para 38%.

Também neste caso a renda tem fator forte de influência. Das pessoas com maior mobilização apenas 2% têm renda até um salário mínimo, por outro lado, mais de 60% têm renda maior de cinco salários.

Ainda sobre a participação política Schlegel faz uma ressalva. As atitudes políticas não são pautadas pela mídia, mas os indivíduos mobilizados que passam a acompanhar mais o noticiário político num processo que se retroalimenta.

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