ISSN 2359-5191

28/04/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 26 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Projeto conjunto do IPT e do IPEN desenvolve células a combustível até 70% mais eficientes

São Paulo (AUN - USP) - A busca por fontes de energia alternativas sempre esbarrou na questão da eficiência das tecnologias que vinham sendo desenvolvidas. Atentos ao problema, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) desenvolveram um novo modelo de células a combustível, que obteve um melhor aproveitamento de seu potencial. As experiências deste projeto conseguiram aumentar o rendimento das células em até 70% em relação aos resultados do modelo antigo, segundo o pesquisador do IPT Marcelo do Carmo. Tal avanço deve-se à descoberta de meios para otimizar os processos eletroquímicos no interior dos dispositivos.

Os primeiros modelos de células a combustível datam do século XIX. Seu princípio de funcionamento é semelhante ao das pilhas e baterias convencionais, baseando-se em reações para converter energia química em eletricidade. A nova tecnologia desenvolvida pelo IPT e pelo IPEN atua junto a partículas atômicas do combustível, em nível nanoscópico, visando justamente facilitar certas etapas das reações anteriormente citadas.

Este tipo de fonte energética sempre contou com uma série de vantagens em relação a outras fontes mais conhecidas. A durabilidade de sua carga, por exemplo, é muito maior do que a das pilhas e baterias que conhecemos. Outro ponto refere-se ao fator ambiental, já que as células não emitem qualquer poluente e todos os seus componentes são recicláveis.

No entanto, uma série de obstáculos sempre se sobrepôs a esses benefícios, impedindo que as células a combustível fossem mais amplamente utilizadas por fabricantes de aparelhos eletrônicos e de automóveis. Além da questão do rendimento, um dos grandes problemas desta tecnologia é seu alto custo, alavancado por componentes caros como pequenas partículas de platina – metal nobre utilizado como catalisador da reação química – e um plástico especial condutor de prótons, cujo metro quadrado custa cerca de mil dólares.

Com essa nova tecnologia agora desenvolvida, parte destes empecilhos começa a ser superada. A longo prazo, os pesquisadores do IPT e do IPEN esperam que os resultados positivos de suas experiências sejam reconhecidos. “Para avaliarmos qual vai ser o impacto da pesquisa em termos de aplicabilidade, temos que esperar um tempo e ver como isso será aceito. Mas esse tipo de pesquisa abre um novo leque de opções para a comunidade científica”, afirmou Marcelo do Carmo.

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