São Paulo (AUN - USP) - Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT/USP) que trabalham na área de saneamento ambiental implantaram, no prédio onde estão instalados a cozinha e o refeitório do instituto, um sistema de captação de água da chuva, para que esta possa ser aproveitada. Seu uso será destinado à lavagem do piso do prédio. A expectativa é de que se consiga economizar, diariamente, cerca de 2.000 litros de água potável. A inauguração do sistema está prevista para esta semana.

Esta iniciativa faz parte de um projeto mais amplo, o Prosab (Programa de Pesquisas em Saneamento Básico), do qual o IPT participa junto com outras seis instituições brasileiras. Este programa existe há 12 anos e visa à realização de pesquisas, divididas em subtemas, para desenvolver tecnologias que auxiliem na questão do saneamento ambiental. O tema estudado pelo IPT é, exatamente, o de conservação de água e energia.

Segundo o pesquisador Wolney Castilho, a idéia de aproveitar a água da chuva surgiu da óbvia necessidade de tornar o uso dos recursos naturais mais compatível ao nível de estresse hídrico da região metropolitana, cujas represas funcionam, freqüentemente, em regime de racionamento. O projeto passará, inicialmente, por uma fase experimental, na qual os pesquisadores irão analisar a qualidade da água captada e mensurar o nível de conservação hídrica e de consumo de energia.

Este mecanismo de aproveitamento é estruturalmente simples, sendo constituído por uma calha (que capta a água precipitada no telhado do prédio), dois filtros (que retêm materiais poluentes), um reservatório e um sistema de bombas. No entanto, seu custo acaba sendo elevado pelo preço de alguns componentes importados e pelo gasto energético do bombeamento da água. Estes entraves, muitas vezes, tornam esta prática economicamente inviável, e acabam impedindo que ela seja mais amplamente utilizada.

No entanto, o projeto do IPT não tem como fim apenas a economia de recursos naturais. Os pesquisadores almejam, também, promover o desenvolvimento tecnológico e orientar o mercado e os produtores nacionais quanto aos parâmetros adequados para este tipo de equipamentos. Assim, os resultados desta experiência podem ajudar projetos futuros a alcançar modelos de sistema cujo custo-benefício seja vantajoso e que, então, possam se popularizar.