São Paulo (AUN - USP) - “A função social da TV ainda é muito discutível na questão de formação de jovens, formação da sociedade, princípios, conceitos.” acredita Ricardo Frota, gerente nacional de comunicação da Rede Record, que compareceu em um evento realizado na Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP) . Ele complementou o pensamento dizendo que “A Record faz o que o público gosta”, o que explica o sensacionalismo de alguns programas (Balanço Geral, Hoje em Dia) e a exploração exaustiva do caso Isabella.

Frota enfatizou que os principais compromissos da nova grade de programação da Record são com a informação, o entretenimento e a prestação de serviços. Em nenhum momento, ele destacou a questão da qualidade dos programas. Sobre o assunto, o gerente de comunicação acredita que os anunciantes não querem patrocinar programas considerados de qualidade.

Frota negou que a emissora pertencente a Edir Macedo esteja copiando o padrão global de se fazer programas e jornalismo. Segundo ele, as mudanças ocorridas na grade da Record a partir de 2004 são fruto de enquetes com os telespectadores e do seguimento de “modelos internacionais”. O resultado das pesquisas diz que para uma rede de televisão obter audiência, ela tem que estar sustentada por três pilares: teledramaturgia, jornalismo e esportes. As modificações feitas pela Record visaram um maior investimento nessas áreas, o que têm incomodado a Globo. Frota diz que os estragos provocados pela Record na concorrente têm “o mesmo efeito da cárie (nos dentes), começa aos pouquinhos e depois toma conta de tudo”.

Embora o novo slogan da Record seja “a caminho da liderança”, Frota afirma que o que a emissora da Barra Funda quer é “uma igualdade de mercado como acontece com o modelo americano em quem você tem quatro grandes redes intercalando na liderança. Isso sim é agressividade, oportunidade, geração de emprego e tudo mais.”