São Paulo (AUN - USP) - O Instituto de Geociências da USP (IGc) ganhará um sofisticado laboratório de geocronologia, pioneiro na América Latina. O Shrimp é uma Microssonda Iônica de Alta Definição e só existem 14 no mundo igual a ele, o da USP será o décimo quinto. O aparelho foi adquirido da Austrália e já foi pago, com o apoio da Fapesp e da Petrobrás. O Shrimp custou em torno de 2,5 milhões de dólares e deve ser instalado no IGc em janeiro de 2009, de acordo com o diretor do instituto Colombo Celso Gaeta Tassinari.
A microssonda é cara, pois é um aparelho de altíssima sofisticação e é capaz de datar quantidades muito pequenas de elementos, algo em torno de um grão de areia. Para realizar isso o material analisado é submetido a um bombardeio de feixes de íons de oxigênio. O bombardeio provoca a fusão dos pontos desejados e libera íons de urânio e chumbo. O material passa por um espectrômetro de massa de alta resolução e determina a idade daquele material. A precisão deste aparelho é muito grande e sua aquisição trará enorme subsídio técnico para a ciência brasileira.
A aquisição do Shrimp foi planejada em 2005, o financiamento saiu logo, mas as causas da demora para a implantação da microssonda são várias, alega Colombo Tassinari. Primeiro, o aparelho demora dezoito meses para ser montado, portanto deve ser encomendado com antecedência. Segundo, não existia no IGc uma infra-estrutura ideal capaz de alojar este equipamento, logo será construído um prédio em frente ao das Geociências específico para o Shrimp. A licitação para o novo laboratório demorou, pois no momento em que a microssonda estava sendo negociada e a necessidade do prédio se fez presente, a USP estava envolvida com a construção do Campus da Zona Leste. Tassinari prevê que o prédio sairá em outubro deste ano, mas até mês passado as obras ainda não haviam sido iniciadas devido a falta de autorização concedida pela prefeitura da Cidade Universitária, para que se arranque aproximadamente dez árvores que atualmente ocupam o local previsto para a construção.
O Shrimp será um marco para o desenvolvimento das Geociências no Brasil e, de acordo com Tassinari ele representará “um pólo concentrador de pesquisas na América Latinas”. Como ele só existem dois outros na América, um na Universidade de Stanford nos Estados Unidos e um na Universidade de Ottawa, no Canadá.
A aquisição do Shrimp pela USP faz parte de uma rede de pesquisas chamada de GeoChronos que prevê o compartilhamento de laboratórios e convênios entre instituições científicas nacionais, participam também desta rede a Universidades de Brasília, a Federal do Pará e a Federal do Rio Grande do Sul.