ISSN 2359-5191

04/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 46 - Meio Ambiente - Instituto de Geociências
Assinatura isotópica indica contaminação de águas subterrâneas

São Paulo (AUN - USP) - Os reservatórios de água subterrânea são fonte importante para o abastecimento complementar da população. Dados da Sabesp indicam que, no Estado de São Paulo, 65% das cidades são abastecidas por água subterrânea. É essencial que esta água não esteja contaminada e que se faça o uso correto e sustentável dela. Um estudo realizado no Instituto de Geociências da USP (IGc), pelas Marly Babinski e Veridiana Teixeira de Souza Martins, utiliza o método de assinatura isotópica de chumbo (Pb) e estrôncio (Sr) para identificar a contaminação nos poços. Os isótopos radiogênicos (Pb e Sr) e os estáveis (O e H) são utilizados como indicadores ambientais, pois permitem acompanhar as mudanças e avaliar as consequências da poluição sobre o meio-ambiente.

Existem, aproximadamente, sete mil poços na Bacia do Alto Tietê que têm o potencial de fornecer água para 3,5 milhões de habitantes. O estudo tem por objetivo determinar a contaminação dessa área e, também, analisar a dinâmica de recarga das águas subterrâneas, para identificar a origem e a qualidade desses reservatórios hídricos. Para isso, cinco poços foram instalados na Cidade Universitária da USP, próximos a Raia Olímpica, ligada ao Rio Pinheiros. Foram coletadas 155 amostras, de abril de 2004/março 2005, período que representa um ciclo hidrológico completo.

O método de assinatura isotópica permitiu identificar os poços contaminados que tinham maiores índices de chumbo e menores de estrôncio. Os isótopos radiogênicos são aqueles que se formam a partir da desintegração espontânea, pela emissão de energia de um isótopo radioativo. Babinski e Martins constataram que o depósito de água subterrânea da Cidade Universitária é formado por águas da chuva, da Sabesp, e de depósitos aqüíferos mais profundos (mais de 50m), além de material geológico e infiltrações de esgoto.

Como as águas provenientes das chuvas e aquela disponibilizada pela Sabesp têm concentrações similares de isótopos radiogênicos é difícil, por este método, determinar a participação destas duas fontes na composição das águas subterrâneas. Porém, o estudo constatou, por meio do uso de isótopos estáveis (os que não se desintegram) que os depósitos hídricos subterrâneos têm grande influência da água oriunda dos reservatórios da Sabesp, especialmente em níveis mais próximos à superfície.

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