São Paulo (AUN - USP) - A brinquedoteca oferece aprendizados únicos, como a oportunidade da criança utilizar brinquedos diferentes, e o desvincula de seu valor monetário para mostrar que o principal não é a posse, mas o aproveitamento. Essa é a concepção da psicopedagoga Sandra Kraft, em palestra realizada no Hospital Universitário da USP, “Aspectos organizacionais da brinquedoteca” para profissionais e interessados na área. O evento faz parte do Ciclo de Palestras da ABBri – Associação Brasileira de Brinquedotecas, que se extenderá até o final de junho no HU.
“Esse tipo de conhecimento é essencial, inclusive para resgatar o papel do brinquedo que é aprendizado e integração de forma lúdica”. A psicopedagoga também ressaltou que cada espaço deve estar de acordo com sua proposta, pois há diversos tipos de brinquedoteca: institucional, hospitalar, terapêutica, itinerante, etc; portanto, os aspectos apresentados são adaptados a cada modalidade.
As questões essenciais para que o espaço dê certo dizem respeito à segurança e ordem. Por ordem, também se entende em relação ao quadro de funcionários e as tarefas distribuídas. Kraft, diz que o local deve ter um ludotecário, ou brinquedotecário, responsável geral do lugar, uma secretária, para cuidar da agenda e atendimento, brinquedistas, que estarão atentos à manutenção dos brinquedos e ao comportamento das crianças, e um encarregado pela limpeza.
Cuidados especiais com o espaço físico são necessários, como a colocação de brinquedos ao alcance das crianças pequenas, fixar os móveis na parede e disponibilizar um espaço vazio amplo para que a criança desenvolva sua criatividade. As brinquedotecas precisam muitas vezes funcionar como lugares em que pais deixam seus filhos enquanto trabalham; em hospitais, muitas vezes é parte do tratamento; portanto fazê-la funcionar da melhor forma possível é essencial para um amadurecimento sadio.
O empréstimo, que algumas brinquedotecas oferecem, permite que a criança assuma responsabilidades, pois precisará devolvê-los, e insere um elemento novo em casa. “Alguns pais nunca brincam com seus filhos. Entendo que fica difícil no mundo em que vivemos, mas a partir do momento em que decidimos tê-los, assumimos a responsabilidade por sua criação”.