São Paulo (AUN - USP) - Álvaro Rodrigues dos Santos, geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) desenvolveu um método de evitar erosão nos solos por meio do uso da dispersão de cal sobre a terra. A técnica é chamada de Cal-Jet que consiste na pulverização do solo de calda fluida de cal com aglutinantes fixadores. Santos possui a patente sobre o método Cal-Jet, mas ele disponibilizou na internet um manual que explica o seu uso e possibilita a implementação por qualquer empresa sem o pagamento de royalties.

A erosão nas áreas urbanas, em especial naquelas próximas a obras de construção civil, está aumentando, explica Santos, isso pode acarretar em altos custos sociais e prejuízos econômicos. A erosão próxima aos rios, que causa seu assoreamento, pode causar desabamentos e enchentes, pondo em risco a moradia e a vidas das pessoas que moram próximo a córregos.

O Cal-Jet foi desenvolvido em 2005 e Santos diz que sua aplicação tem rendido bons resultados. O maior empreendimento que se utilizou da cal para evitar a erosão foi a Odebrecht em Luanda, Angola que está sobre supervisão do pesquisador. De acordo ele o maior benificiário é o setor de construção civil.

No manual, ele demonstra como o Cal-Jet é viável economicamente e se sobrepõe às demais técnicas disponíveis no mercado como as gramíneas em placa, hidrossemeadura, geo-texteis, aplicação de telas fixantes. O uso da cal é de aplicação simples e barata e não agride o meio-ambiente como, por exemplo, a emulsão asfáltica também usada para este propósito e que pode ter sérias conseqüências ambientais.

Ao pulverizar a cal no solo, reage com o gás carbônico do ar e transforma-se em carbonato de cálcio e magnésio e cria uma casca protetora de alta resistência ao contato com a água, o que contém a erosão e diminui a permeabilidade do solo. Em relação a isso, Santos explica que as porções da superfície cobertas com cal não serão grandes o suficiente para a fim de prejudicar a infiltração de águas da chuva pelas demais áreas não cobertas.