ISSN 2359-5191

17/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 55 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Química
Novo método para detectar chumbo em disparos de armas de fogo

São Paulo (AUN - USP) - Com o objetivo de agilizar investigações criminais diversas, a doutoranda Maiara Oliveira Salles, do Instituto de Química (IQ) da USP, está desenvolvendo um novo mecanismo de detecção de resíduos de disparos de armas de fogo (rdaf). A partir de um eletrodo de ouro ela pretende verificar a presença de chumbo nas mãos, cabelo e roupas do atirador, além de analisar o ambiente ao seu redor.

O maior diferencial do estudo desenvolvido por Maiara é a utilização de um filme de bismuto depositado no eletrodo de ouro a partir de uma solução alcalina para a análise do chumbo. Na maioria das análises de chumbo em baixas concentrações, é empregado um eletrodo de mercúrio, que precisa ser tratado antes de descartado devido a sua alta toxicidade. Em geral, tais análises também fazem uso de uma solução com pH menor que sete, mas a doutoranda verificou que o sinal de corrente elétrica medido pelo eletrodo é melhor quando em meio alcalino.

Atualmente, a técnica mais utilizada por laboratórios de criminalística para a análise de rdaf é a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) com análise por energia dispersiva de raio-x (EDX), com a qual o perito obtém imagens tridimensionais de alta definição das partículas analisadas e determina sua composição. Apesar de conclusiva a MEV apresenta alguns problemas: é uma técnica cara e muito demorada (um único vestígio leva cerca de um dia para ser analisado).

A forma de análise que está sendo criada por Maiara é simples. Conecta-se o eletrodo a um aparelho de leitura, o potenciostato, e obtém-se uma corrente elétrica capaz de determinar a quantidade de chumbo no vestígio em questão. É uma técnica ideal para concentrações baixas, por isso consegue detectar chumbo nas roupas, no cabelo e no chão, locais onde a presença dessa substância é menor.

O processo de detecção pela corrente elétrica dura apenas cinco minutos, o que representa uma grande vantagem em relação a MEV, e custa pouco. O potenciostato é um aparelho mais barato que o microscópio eletrônico de varredura e também é portátil, podendo ser levado ao local da investigação.

Maiara pretende tornar seu método mais conclusivo ao analisar as concentrações de chumbo em diversos locais do corpo e no próprio chão, diferente das técnicas comuns, que se restringem ao estudo das mãos. Outra vantagem de verificar a presença de chumbo no chão, por exemplo, é a determinação de um perfil de distribuição do chumbo, que pode indicar onde estava o atirador no momento do disparo e facilitar a reconstituição da cena do crime.

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