São Paulo (AUN - USP) - Para a professora Vilanice Alves de Araújo Püschel, uma “mudança de cultura” é necessária tanto nas universidades privadas quanto nas públicas para que se forme um aluno mais crítico e reflexivo. Ela defendeu, em palestra realizada recentemente na EEUSP (Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo), que diferentes estratégias pedagógicas sejam utilizadas pelos professores.
Segundo Püschel, o uso de formas distintas de ensino possibilita que o aluno se mobilize diante das informações e “chegue à síntese”. O maior desafio da educação na atualidade, afirma, é tirar a “passividade” presente nos estudantes e torná-los mais críticos e reflexivos, pois o mundo é cada vez mais repleto de “incertezas”. Por isso, diz a professora, é necessário que os atuais currículos das universidades apresentem certa “abertura” e “flexibilização”, valorizando a curiosidade, o questionamento, a incerteza e o enfoque inter ou transdisciplinar.
Püschel apresentou diferentes tipos de estratégias, como a aula expositiva dialogada, portifólio, simpósio e oficina. Todas dentro de uma metodologia dialética, segundo a qual o conhecimento é construído pelo próprio sujeito na sua relação com os outros e com o mundo em que vive. Segundo a docente, a metodologia entende o homem como “ser ativo e de relações”. “A gente dá os instrumentos e permite que os outros os utilizem e os transcenda”.
Segundo Püschel, os professores geralmente estão muito “sobrecarregados”. Por isso, muitas vezes deixam de adotar diferentes estratégias pedagógicas. Enquanto o professor da universidade privada ganha por aula dada (e nada por atividades extra-classe, como correção de provas), ele geralmente não tem tempo para pensar em novas estratégias, afirma. Os professores de universidade pública, por sua vez, ficam tão envolvidos em pesquisas que nem sempre a aula vem em primeiro plano, diz a docente.