ISSN 2359-5191

01/07/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 65 - Educação - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Professora “ensina” como decidir o próprio futuro

São Paulo (AUN - USP) - O idoso na sociedade contemporânea foi tema abordado em recente oficina realizada na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Em um bate-papo descontraído entre o público e a professora Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, foram discutidos temas como sexo, beleza e saúde na terceira idade.

O mote da oficina foi “decida você como e quando quer viver”. Para a docente, o idoso que vive bem no presente é aquele que se cuidou bem no passado. Ela chama a atenção do público – feminino, predominantemente jovem e de meia-idade – para que pensem o quanto antes na própria qualidade de vida. “Aos 80 [anos], não vai dar para mudar muita coisa”, ela afirmou. “Só vale a pena viver bastante se eu viver da melhor forma possível.”

Segundo a professora, é preciso “fazer escolhas” para se envelhecer da melhor forma possível. Ou seja, é necessário “incluir” e “excluir” alguns itens da vida para aumentar o “capital de saúde”. Por isso, alimentação saudável, combate ao sedentarismo, manutenção de uma relação afetiva e o estímulo de uma atividade a criativa são elementos que devem ser “incluídos” na vida de quem quer passar por uma velhice saudável. O sedentarismo, o fumo e a obesidade, segundo a professora, são dois dos grandes vilões ao “bom envelhecimento”.

A professora ressalta, porém, que nem sempre o que a mídia dita como ideal para a boa saúde é o melhor para cada um. Segundo ela, cada indivíduo precisa valorizar “o que lhe dá satisfação”.

Sexo
“Os velhinhos têm uma vida sexual muito mais ativa do que vocês imaginam”, revelou a professora. O que muda, afirmou, é o desempenho. “Será uma relação com qualidade.” Segundo ela, a vida sexual não é o item mais importante da vida do idoso, diferentemente da de um adolescente.

O aumento do número de idosas portadoras do vírus da AIDS é um reflexo dessa vida sexual ativa. Como comumente se pensa que elas não praticam o ato sexual freqüentemente, raramente se diagnostica a doença, na maioria das vezes contraída de seus maridos, disse a professora.

“Que bonitinho!”
Para Yeda, a idéia de que a vida sexual de idosos não é ativa é preconceituosa, assim como muitas outras atitudes do dia-a-dia. Uma delas é a “infantilização” do idoso. Usar expressões como “que bonitinho”, para a professora, é sinal de preconceito. “Infantilização é desrespeito”, disse.

Outra idéia comum em relação ao idoso é a referência de beleza centrada na juventude. A valorização da beleza do jovem em detrimento das pessoas mais velhas precisa ser mudada, disse a professora. “Eu não fico feia porque eu fico velha. O meu padrão de beleza é que fica diferente”, disse Yeda, para quem o padrão pode ser adaptado ao longo da vida, e não se fixar em uma faixa etária.

A pedofilia surge desse “culto” à beleza jovem, segundo a professora. Um exemplo disso seria a valorização cada vez maior de modelos pré-adolescentes.

A professora finalizou a oficina com mais conselhos. “Se eu quero que alguém sinta saudades de mim, eu tenho que fazer a diferença no que eu faço, porque falta ninguém faz.”

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