São Paulo (AUN - USP) - Intercambistas portugueses e brasileiros se reuniram em evento ocorrido recentemente na Escola de Enfermagem (EEUSP) para fala sobre suas experiências em países estrangeiros e mostrar a diferença do ensino da enfermagem no Brasil e fora do país.
Três integrantes da Universidade Católica Portuguesa (UCP) revelaram alguns aspectos divergentes entre o curso português e o brasileiro. Enquanto aqui o curso é focado no processo gerencial da enfermagem, lá o enfoque se dá no processo assistencial. Segundo eles, o curso em Portugal “prepara melhor para a realidade”.
As alunas da EEUSP Silvia Domingues e Elisângela Martins Queiroz, que fizeram intercâmbio na Universidade do Chile e estagiaram naquele país, também abordaram os aspectos divergentes entre o curso de lá e o da USP. Segundo elas, a abordagem da graduação no Chile é “bem mais biomédica” do que no Brasil. O curso chileno, além disso, dura cinco anos, sendo o último estágio.
O incentivo à pesquisa foi outro ponto abordado pelos alunos. Os intercambistas portugueses disseram que a USP dá maior incentivo ao aluno na pesquisa, diferentemente da UCP. “Aqui [no Brasil] nossos colegas trazem projetos [de pesquisa] para concorrer à bolsa, lá [em Portugal] isso não acontece”, diz o estudante português Joel Martins Dias.
Os estudantes também comentaram sobre as diferenças na hierarquia da equipe de enfermagem. Enquanto no Brasil ela se divide em enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, em Portugal há apenas o enfermeiro, que cuida tanto da parte gerencial como assistencial. “É uma grande discrepância”, diz Dias.
No Chile, há apenas o enfermeiro e o técnico, não há uma terceira divisão em auxiliar. Segundo as estudantes, há grande autonomia dada à enfermeira naquele país, principalmente nos consultórios. Elas ainda chamaram a atenção para a falta de profissionais de enfermagem no Chile.
Tanto os alunos portugueses como as brasileiras que fizeram intercâmbio no Chile elogiaram o curso e a estrutura da USP. Para a aluna brasileira Jéssica Sponton Minosso, fez intercâmbio na universidade portuguesa, sua visão da USP “até melhorou”. Ela, que antes colocava muitas falhas na universidade brasileira, diz agora ver a USP com outros olhos.