São Paulo (AUN - USP) - Uma mudança na cultura de avaliação é necessária para a construção de um ensino de qualidade. Essa idéia foi defendida pela professora Maria Regina Lemes de Sordi, da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade de Campinas), em palestra realizada recentemente na Escola de Enfermagem (EEUSP). Para ela, a educação está muito focada na avaliação do aluno, o que é prejudicial para a aprendizagem.
Sordi não é contra a avaliação, mas defende um novo formato para ela. “O problema da prova é ser prova burra”, disse. A professora é defensora de uma avaliação “formativa”, pela qual o aluno é orientado a “reagir” após um exame do professor. Ou seja, o docente examina como anda o aprendizado do aluno logo após dar um conteúdo. Nesse estágio, o professor orienta o estudante sobre os pontos em que ele deve melhorar. A melhoria (ou não) do aluno é que seria a avaliação.
Para a professora, a forma de avaliação que impera na maioria das escolas e universidades seria esse “exame” – não haveria a “avaliação” propriamente dita. Com isso, o aluno acaba não aprendendo realmente e até prejudicando seu rendimento, pois o professor não ensina no dia da prova, o aluno falta em aulas para estudar, e quase sempre o estudado “para a prova” é esquecido pelo estudante.
A docente também criticou a “fixação” pela nota, objetivo maior das avaliações “tradicionais”. “A obsessão pelo termômetro nunca fez diminuir a temperatura”, disse a docente. Alem disso, para ela, as técnicas “convencionais” de avaliação são muito subjetivas. “Tem aluno que tem cara de aluno, então você é mais condescendente, confessou. Assim, se um “mau aluno” faz uma “senhora prova” ela fica com o pé atrás. “É muito difícil não ter um sentimento de identificação”, revelou.