ISSN 2359-5191

07/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 99 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Caminhos corriqueiros podem ser trilhas turísticas

São Paulo (AUN - USP) -Além do grande fluxo de pessoas que se locomovem das áreas rurais às urbanas, acontece também hoje em dia a urbanização do campo. Isso faz com que os espaços urbanos tornem-se cada vez maiores e, portanto, o turismo específico desta área se desenvolva. Mas não são apenas os pontos históricos que podem ser explorados – há muito do dia-a-dia da cidade que pode vir a ser atração turística.

Desde a criação de mistérios em torno de lendas urbanas até a observação de pontos como a Rua Augusta, por exemplo, tornam-se trilhas turísticas. O turismólogo, nesse sentido, tem o poder de hierarquizar aquilo que pode ou não ser objeto de visitação, ordenando os espaços. Pequenos caminhos percorridos todos os dias pelos habitantes daquele local muitas vezes tornam-se caminhos turísticos interessantes para os “estrangeiros”.

O professor Antonio Castrogiovanni, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), procurou mostrar essas alternativas de turismo urbano em sua palestra, que inaugurou a VI Semana de Turismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Segundo ele, o profissional do Turismo precisa ter o sentido de observação bem aguçado para perceber essas coisas.

O professor de Turismo tentou explicitar o porquê de as pessoas viajarem. Para ele, a função do Turismo é mais do que fazer as cidades serem vistas – é fazer as pessoas serem vistas na cidade. Exemplificando, ele citou Paris. As pessoas viajam para Paris não apenas para conhecer o Arco do Triunfo ou a Torre Eiffel, elas viajam pensando em serem vistas nesta cidade. “Estive em Paris”, finalizou.

Assim, é importante que existam marcos na cidade. E outra atitude que precisa ser tomada é praticar as “dobraduras” humanas. Elas consistem em impedir que turistas visitem as partes feias da cidade. Isso faz com que o desejo de elas serem vistas naquele local não faça elas serem vistas em locais degradados, o que estragaria a experiência turística. Esse é um dos motivos pelos quais o professor Castrogiovanni não acredita no turismo em favelas – ele acha que outras maneiras de se distribuir a renda devem ser pensadas.

A ordenação dos espaços deve ser uma atividade contida no planejamento das cidades, segundo o professor. Se isso não ocorrer, a possibilidade de que a cidade perca essa oportunidade é muito grande. Ele exemplifica com o caso de Gramado, que hoje sofre com isso. A cidade era um grande ponto turístico, o que atraiu migrantes. Hoje, o que predomina são as obras para acomodar esses novos residentes, e Gramado vive de grandes eventos que ocorrem pontualmente na cidade.

A Semana de Turismo, cujo tema é “turismo urbano”, tenta visitar todos os aspectos que venham a auxiliar o turismo nas cidades. Uma das áreas que deve ser explorada é a gastronômica. Uma trilha turística que contenha os restaurantes da cidade é muito importante. Mais do que isso, a construção destes estabelecimentos deve ser feita pensando no Turismo – local onde o restaurante ficará, comidas que vai servir e outros aspectos.

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