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16/10/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 106 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Brasil entra para órgão internacional de tecnologia de produção
Com a admissão do presidente do IPT no CIRP, pesquisadores do país passam a ter contato com alguns dos maiores nomes da área

São Paulo (AUN - USP) -João Fernandes Gomes de Oliveira, presidente do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), recentemente se tornou o primeiro fellow member sul americano do Cirp (International Academy For Production Engineering) que é uma das principais academias de tecnologia de produção do mundo. A tecnologia de produção é uma área de estudo que considera não só os processos de fabricação, o “como se faz”, mas também técnicas de administração de gastos e otimização de recursos.

O Cirp é uma academia de 60 anos de história, cujas reuniões são freqüentemente recebidas pelos principais líderes dos locais que as sediam. Foi o que aconteceu em seu último congresso que recebeu uma visita da prefeita de Manchester. “Em uma das últimas reuniões fomos recebidos pelo prefeito de Dresden e o governador do estado de Baden-Württenberg”, ressalta Oliveira.

A academia foi criada com o intuito de consolidar o conhecimento em tecnologia de produção. Foi moldada para congregar os maiores especialistas e as melhores contribuições na área, fazendo com que estas sejam mais difundidas e assimiladas. “A qualidade de vida da população de um país tem uma relação muito próxima com a eficiência dos processos de produção” diz Oliveira. Menos impacto ao meio ambiente, mais empregos, mais economia, produtos de maior qualidade são alguns dos benefícios que destaca. O Cirp conta com cerca de 170 membros fixos (fellow members) e 140 corporativos, estes sendo ligados a empresas como Rolls Royce, BMW e Caterpillar.

Mas nem todos os países são considerados para participar do CIRP. Um quesito fundamental é a capacidade para assimilar as inovações que são colocadas em pauta em seus congressos. Um setor industrial desenvolvido, assim como bom nível tecnológico são necessários. Para Oliveira, o fato de o Brasil ter aumentado sua produção de conhecimento, assim como sua participação na economia mundial nos últimos anos foi fundamental para que fosse aceito na academia. “O país crescendo mais, contribuindo mais, se caracterizando como BRIC, tudo isso pesa na eleição” diz.

Nada disso teria importância, no entanto, se não houvesse um membro que atuasse no CIRP, participando dos congressos e publicando em seu periódico – um dos três de maior impacto na área. Oliveira começou a se relacionar com a academia quando estudava em Berkeley nos Estados Unidos. Desenvolveu um trabalho com um colega seu que já participava da academia. Foi isso que lhe deu a possibilidade de publicar pela primeira vez, em 1994 – para um artigo ser publicado, ele tem antes que ser indicado por algum fellow member. A partir de 1998, Oliveira participou de todas as reuniões, duas por ano, publicando em cerca de metade delas, sendo isso fundamental para sua admissão.

Foi a possibilidade de se relacionar com o cenário internacional, portanto, que lhe abriu as portas para o Cirp. Segundo o pesquisador o Brasil está cada vez menos isolado cientificamente do resto do mundo, mas poderia ser ainda mais aberto. Ele cita o caso de China e Coréia do Sul, dois países cuja participação na academia, já expressiva, se intensifica. Lá há revistas e cursos em inglês, o que facilita o contato com pesquisadores do mundo inteiro. Isolar-se significa ficar defasado, diz.

Com sua aceitação, fica mais fácil agora aumentar a participação de brasileiros no Cirp. Além de indicar trabalhos a serem publicados, ele também tem direito a formar uma delegação brasileira na academia. Seis novos pesquisadores brasileiros já participaram do último congresso.

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