São Paulo (AUN - USP) -Um dos mais antigos projetos do Instituto de Geociências (IGc - USP) o “Profissão Geólogo” vai as escolas para divulgar carreira em geociências. Com o objetivo de divulgar a importância da profissão do geólogo para a sociedade os graduandos do IGc-USP promovem atividades que estimulam o interesse dos estudantes. As amostras de rochas que dão origem, por exemplo, ao flúor usado em pastas de dente, ao giz e ao talco, microscópios e outros materiais são levados para a sala de aula e, através deles, é explicada a origem de diversos materiais e substâncias presentes no nosso cotidiano e derivadas de rochas. “ Nós procuramos usar materiais que tenham uma afinidade pratica para mostrar um pouco como é a vida do geólogo. Eu, ainda, gosto de ir a caráter, com roupa de campo, martelo e outros instrumentos usados pelos profissionais”, diz Vinícius Ribau Mendes, ex-presidente da empresa júnior do IGc, a Geo Júnior, e atual membro do conselho.
Inicialmente realizado pelo Cepege (Centro Paulista de Estudos Geológicos) o projeto passou por altos e baixos desde a sua criação. “O projeto depende muito de investimento. No inicio, as atividades eram realizadas quase que sem apoio, necessitando do investimento dos próprios alunos, o que dificultava uma ação mais ampla. Com o tempo, a idéia se desenvolveu e obteve alguns patrocínios, o que permitiu que nós montássemos mais equipes e visitássemos mais colégio”, diz Vinícius.
Um aspecto fundamental no projeto é a clareza com que são abordados tanto os pontos positivos quanto os negativos da carreira. Ao contrário de alguns outros cursos com projetos semelhantes, o “Profissão Geólogo” não procura fazer propaganda do curso e atrair mais interessados para a área. “ Nosso objetivo é esclarecer o que o geólogo faz e como é o seu dia-a-dia, mas a decisão sobre a futura profissão cabe ao estudante”, afirma Vinicius. O projeto, porém, ainda sofre com a pressão para aumentar o número de candidatos à carreira de Geologia no vestibular da Fuvest, atualmente em torno de sete estudantes para cada vaga. Contudo, para Vinícius é mais importante que se esclareça o que exatamente faz um geólogo, para que diminua o numero de alunos que ficam frustrados e acabam desistindo do curso. “ O Brasil forma cerca de 350 geólogos por ano, o que é um número pequeno já que o mercado está em crescimento, mas eu considero que não adianta aumentar o numero de candidatos por vaga se não conseguirmos diminuir o numero de alunos que desistem do curso”, conclui Vinícius.
Outro aspecto importante na abordagem do “Profissão Geólogo” é o foco no exercício diário da profissão e não no curso em si. “Com o Profissão Geólogo nós procuramos orientar os estudantes sobre como o que é, como é o curso e, principalmente, como é a profissão, porque a faculdade é somente uma parte do caminho e a profissão é para a vida toda”, finaliza Vinícius.