ISSN 2359-5191

07/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 121 - Economia e Política - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Programa do IPT auxilia há dez anos empresas a atuarem no exterior

São Paulo (AUN - USP) -O Progex, que funciona no IPT, é um programa de exportação criado para ajudar micro e pequenas empresas que desejam se aventurar no mercado internacional. Com quase uma década, já ajudou cerca de 850 empresas a alçarem vôos mais altos.

Quando um empresário decide que vai exportar algum de seus produtos, é necessário que haja uma adequação deles ao mercado almejado. O Programa de Apoio Tecnológico à Exportação, Progex, surgiu em 1999 a partir de uma parceria entre o IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo; do Sebrae/SP, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas; e da Secretaria de Desenvolvimento. O objetivo é usar da experiência e do conhecimento técnico que o IPT possui para auxiliar as micro e pequenas empresas a realizarem esse salto para novos mercados.

A queda de barreiras tarifárias dá a falsa impressão de que há abertura de mercados. Mas existem outros obstáculos sendo criados, dificuldades que toda empresa deve transpor para ter acesso a certos consumidores. Quando se vira um produto eletrônico de ponta-cabeça, é comum ver embaixo dele vários selos. Nom, UL, CE, entre outros. São marcações comprovando que o item passou por uma variedade de testes. Num planeta em que marcas desconhecidas, vindas da China, Brasil, Índia e outros países em desenvolvimento vão ganhando espaço nas prateleiras, os selos são uma boa maneira de se verificar a qualidade do produto. Na Europa, observar a existência dessas marcações é um critério que alguns dos próprios consumidores utilizam ao escolher o que comprar. Não só isso, apresentar a marcação CE, sigla para Comunidade Européia, é, em muitos casos, necessário para que se autorize a entrada de um produto nesse mercado de 455 milhões de habitantes com um padrão de consumo considerável.

Segundo Mari Katayama, coordenadora do Progex, cerca de 80% das empresas procuram o programa visando obterselos internacionais, mas é a marcação CE que mais se destaca. Esta não serve só de parâmetro para o grupo de nações que a criou. Países do Oriente Médio e mais recentemente da África têm pegado carona nas exigências da União Européia.

O trabalho do Progex se divide em duas etapas. Quando um pedido de auxílio é feito, analisa-se primeiramente se há viabilidade técnica e econômica para que o produto seja adaptado à exportação. Essa primeira fase é chamada Diagnóstico Técnico do Produto. Isso é feito por meio de visitas de técnicos do IPT à empresa. Katayama destaca que esses profissionais, além de conhecimento técnico têm experiência na iniciativa privada, o chamado “chão de fábrica”. Quando se observa que a entrada no mercado externo está longe de ser viável, sendo necessário desenvolvimento ao invés de simples adequação do produto, decide-se por não levar o caso adiante. Quando é viável, verificam-se os gargalos tradicionais, fontes de gasto desnecessárias, por exemplo, a utilização de materiais que podem ser substituídos por outros mais baratos. Segundo Katayama, empresas passadas de geração em geração, muitas vezes, mantêm as mesmas técnicas de fabricação, e perdem competitividade com o tempo.

A segunda etapa é a adequação propriamente dita. Ela pode ser no sentido de aumentar a competitividade, baixando os custos e conseqüentemente os preços, realizar mudanças no design e, na maioria das vezes, adaptação a normas internacionais.

Em alguns casos, a própria empresa pode realizar testes em seu produto e marcá-lo com o selo CE.

Dependendo do risco do produto, no entanto, é necessário que esse passe por uma certificadora, que o autorize a fazer uso da marcação. Não é de se estranhar, portanto, que cerca de 20% dos atendimentos do Progex sejam ao setor médico-hospitalar. O IPT não é certificadora, mas apresenta o maior acervo de normas técnicas da América Latina. A partir disso, é realizado o levantamento das normas que se aplicam ao caso e são feitos ensaios para verificar se essas são atendidas. Se isso não ocorre, é realizado um trabalho para se adequar às conformidades. Essas informações são então incorporadas pelo empresário a um dossiê que é enviado à certificadora que, auditando a empresa de tempos em tempos, concede a marcação.

A assistência que o Progex proporciona à empresa durante esse complicado processo tem feito a diferença. De 2003 a 2005, as exportações diretas das micro, pequenas e médias empresas brasileiras aumentou 78%. Já as realizadas pelas empresas atendidas pelo programa aumentaram em 103%.

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