ISSN 2359-5191

12/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 123 - Meio Ambiente - Instituto de Geociências
Programa Antártico Brasileiro completa 26 anos, mas ainda enfrenta dificuldades logísticas

São Paulo (AUN - USP) - O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) foi criado em 1982 e desde então vem se desenvolvendo ininterruptamente. “Para os padrões brasileiros é uma coisa inusitada um programa que exista há 26 anos ininterruptos”, diz o professor Antônio Carlos Rocha Campos, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP). Mesmo sendo considerado um programa maduro o Proantar ainda enfrenta dificuldades, especialmente logísticas, já que a manutenção da estação, equipamentos e acampamentos, operação do navio etc., no continente gelado, é complexa.

A logística é o aspecto mais complexo de se administrar quando se fala de pesquisas na Antártica. A maior porcentagem dos recursos destinados ao Proantar são gastos em atender as necessidades básicas dos pesquisadores que trabalham no continente gelado. “ O programa brasileiro já está estabelecido e amadurecido, mas ainda tem limitações de crescimento, pois não adianta ter dinheiro para pesquisa se não se tem como levar os pesquisadores para a Antártica e mantê-los lá. A logística é essencial e a brasileira ainda é limitada”, afirma Rocha Campos.

Além da questão logística, durante suas duas décadas e meia de funcionamento, o programa brasileiro passou por diversas dificuldades no que diz respeito aos aspectos financeiros e operacionais. Uma verba de cerca de 300 mil reais é destinada ao PROANTAR pelo governo federal através do Cnpq, mas o valor é insuficiente, por isso tem de ser ampliado com recursos vindos de outras fontes, como os Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia . “ Sem dúvida mais dinheiro ajudaria, porém, dentro da perspectiva dos recursos disponíveis o programa brasileiro pode ser considerado de porte médio. Ele é comparável, por exemplo, aos programas argentino e chileno, mas muito menor que o americano ”, diz Rocha Campos.

Com a compra de um segundo navio, que vem da Alemanha e deverá começar a operar no próximo ano, será possível dividir as atividades entre os dois navios. Enquanto um dos navios se responsabiliza pela parte logística, transportando combustível, equipamentos e também pesquisadores, o outro pode realizar pesquisas oceanográficas e viajar para outros pontos do continente, onde o programa brasileiro ainda não é capaz de chegar. “A expansão da área de atuação do Proantar através do trabalho de dois navios será muito positiva para o programa” diz Campos.

Divulgação na imprensa
Apesar do desenvolvimento do programa, o trabalho dos cientistas brasileiros na Antártica ainda é pouco divulgado. “Se em um ano você encontrar três ou quatro inserções sobre a Antártica nos grandes jornais brasileiros é muito” afirma Rocha Campos. O desinteresse da mídia pelo tema se dá, dentre outros fatores, pela falta de uma política eficiente de divulgação das atividades realizadas pelos cientistas na Antártica. O apoio e interesse das instituições de pesquisa na divulgação desse trabalho também é essencial para a chegada de informações sobre as atividades desenvolvidas pelos cientistas na Antártica aos meios de comunicação.

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